sábado, 21 de abril de 2012

Reflexões sobre a Família

Olá,

Você tem muitas críticas a seus familiares? Acha seu pai chato ou teimoso? Sua mãe é meticulosa ou sensível demais? E seus irmãos, são cheios de defeitos?

É hora de refletir um pouco, pois lembre-se que uma boa porção da carga genética e muitas vezes da influência do meio é comum a todos vocês.

Não dá para negar,  filho de peixe, peixinho é. Somos uma mistura de nossos pais e herdamos deles estilos de comportamentos como teimosia, agressividade, passividade, compaixão, proatividade, entre outros. Isto ocorre seja pela genética, seja pela longa convivência que temos com eles.

Nossos irmãos, assim como nós, herdaram a mesma carga genética temperada geralmente de maneira diferente, mas ainda assim a mesma carga genética. Em geral, eles também conviveram bastante nossos pais e, acreditem, possuem vários comportamentos muito similares aos nossos.

Um dos nossos maiores objetivos de vida, queiramos ou não, é construirmos nossa própria identidade. Temos uma necessidade intensa de nos identificarmos como únicos, necessidade que se inicia na adolescência e nos acompanha por quase toda a vida.

Para sermos únicos, nossa primeira missão é nos "separarmos" de nossos pais e irmãos. Precisamos ser diferentes deles e, quase sem querer, nos concentramos em identificar nossas diferenças e pouco ou nenhum esforço fazemos para reconhecer as semelhanças.

É na fase mais madura, quando começamos a ver no espelho do banheiro trejeitos e manias de nossos pais e irmãos, que começamos a nos dar conta de como somos parecidos com eles.

Nem sempre é fácil aceitar essa realidade. Afinal, passamos a vida negando sermos parecidos com esses indivíduos e na maioria das vezes nossas diferenças se concentravam nos defeitos que víamos nos mesmos. Como aceitar agora que muitos desses "defeitos" também são nossos? Que as coisas "feias" que vemos em nossos familiares estão tão presentes em nossas vidas quanto nas deles?

Pois é... Vale a pena refletir sobre esse tema e tentar antecipar algumas conclusões.

Queiramos ou não, a maior probabilidade é de que sejamos mais parecidos com nossos pais e irmãos do que com qualquer outro modelo que desejemos seguir. É certo que no cômputo geral ainda somos diferentes, o suficiente para sermos indivíduos únicos, mas a semelhança de alguns comportamentos é inquestionável.

Reconhecer os comportamentos similares a nossos familiares em nós mesmos, traz uma oportunidade única de crescimento humano. É como se conquistássemos a dádiva de podermos nos observar de maneira distante, como se estivéssemos olhando para nós mesmos em outra pessoa.

Esse exercício nos permite entender um pouco melhor o efeito de alguns de nossos comportamentos nos outros e a forma como esses comportamentos ajudam ou atrapalham em determinadas situações.

Entendendo as similaridades que temos com nossos familiares, somos capazes de entender um pouco melhor nossos próprios defeitos ou, em alguns casos, reconhecer virtudes antes desconhecidas em nossos pais e irmãos.

Abraços,

Paulo Pinho