quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um Tributo à Integridade...

Olá Pessoal,

Hoje gostaria de registrar minha homenagem ao exemplo de integridade dado pela Deputada Luiza Erundina ao desistir de sua participação na chapa do PT depois do anúncio da aliança com o PP de Paulo Maluf.

Com esse gesto, Erundina honrou seus compromissos com milhões de eleitores que depositaram sua confiança em várias eleições, inclusive como prefeita de São Paulo. Demonstrou ainda que seus princípios e valores estão acima de seus interesses e anseios pessoais e que a integridade é possível mesmo quando se trata de política.

Passou da hora de cobrarmos de nossos representantes um pouco mais de dignidade e respeito. Precisamos fazer alguma coisa para mudar a situação atual da política brasileira e espero que a decisão de Erundina sirva de inspiração para outros brasileiros, políticos ou não.

É muito triste ver um ex-presidente que sempre afirmou ser contra a direita elitista posar ao lado de uma figura como o Sr. Paulo Maluf em troca de alguns segundos a mais de televisão durante a campanha eleitoral. Esse comportamento reforça a imagem de que vale qualquer coisa para atingir seus objetivos e de que integridade, ética e transparência são atributos dos perdedores.

Para Erundina deixo minha homenagem que tenho certeza é de milhares / milhões de outros brasileiros.

Para Lula e  Maluf deixo meu desprezo e a torcida de que suas participações na política brasileira sejam abreviadas ao máximo, de preferência pela vontade popular.

Abraços,

Paulo Pinho



sábado, 16 de junho de 2012

Negociações Perigosas...

Olá,

Hoje gostaria de falar sobre uma prática muito comum entre os profissionais que não estão totalmente satisfeitos com a empresa em que trabalham e buscam oportunidades de crescimento no mercado. Trata-se da estratégia de encontrar uma alternativa de emprego segura e, a partir dessa opção nas mãos, negociar condições melhores na empresa atual.

Com quase trinta anos de experiência no mercado já passei inúmeras vezes pela situação em que fui abordado por candidatos a emprego que se demonstravam insatisfeitos em suas empresas e que pediam uma oportunidade de mudar suas vidas profissionais. Em várias ocasiões decidi dar uma chance a estes profissionais e ofereci uma vaga com melhores condições financeiras e de trabalho. O mais estranho, no entanto, foi detectar que na maioria dos casos onde a iniciativa de mudança vinha do candidato, a conclusão do caso acabava em uma renegociação do profissional com sua empresa atual e a decisão de se manter nela.

Em tese não existe nada de errado nesta forma de negociar. É lícito buscar melhores condições de trabalho, assim como é lícito dar oportunidade a empresa atual a propor uma contra-oferta. Afinal estamos falando de uma relação de compra e venda de serviços, certo?

Não é bem assim...

A relação de trabalho entre uma empresa e seus funcionários é muito mais complexa do que a simples transação de compra e venda de um serviço qualquer. Trata-se de uma relação de longo prazo, onde a confiança e a transparência são fatores importantes e que podem ser abalados neste tipo de negociação.

Por outro lado, "vender-se" a uma empresa e depois desistir da "venda" cria um sentimento bastante negativo no potencial "comprador", que pensava ter fechado negócio e, de repente, se vê na situação de ter perdido seu tempo.

Voltar atrás em uma decisão nunca deixará de ser notado. É uma demonstração de insegurança, de falta de palavra, que ficará marcada tanto na empresa que decide manter o profissional, quanto na empresa que fez a oferta e recebeu a recusa. Esta marca pode ser extremamente prejudicial a sua carreira se você estiver em um mercado relativamente pequeno, onde os vários concorrentes se conhecem e trocam experiências.

Por fim, sempre fica uma dúvida. A empresa que aceitou renegociar as condições o fez por que assumiu ter errado sua avaliação de valor anterior e decidiu corrigir uma distorção ou simplesmente resolveu evitar uma saída abrupta de um profissional importante antes de conseguir um substituto a altura com custos mais atrativos?

Respeito as pessoas que optam por negociar desta maneira, elas têm esse direito. No entanto, considero este tipo de negociação muito perigosa e com maior potencial de dano do que de benefício. Creio que com pequenos ajustes é possível obter muito melhor resultado.

Minhas recomendações para os profissionais são as seguintes:

1) Se você não está satisfeito no seu trabalho, compartilhe suas preocupações com seus superiores.

2) Se nada mudar, procure o mercado e busque as alternativas disponíveis, mas não se comprometa com ninguém antes de ter certeza de qual será sua decisão.

3) Após sua avaliação do mercado e antes de se comprometer com alguma empresa em especial, volte a conversar com seus superiores e avalie se algo mudou.

4) Caso mude, fique em sua empresa e continue investindo nela.

5) Caso não mude, monte seu plano de saída, escolha a melhor opção disponível e firme seu compromisso.

6) Comunique a empresa de sua decisão e não caia na tentação de voltar atrás em sua decisão. Esse tipo de negociação é extremamente perigosa.

Minhas recomendações para os empregadores são as seguintes:

1) Procurem se antecipar aos desconfortos de seus funcionários importantes. Muitas vezes a transparência e a visão de futuro são suficientes para deixar o funcionário mais confortável.

2) Procurem manter a justiça na classificação salarial de seus funcionários. É melhor perder um funcionário para o mercado e manter a equipe do que perder a equipe por um movimento salarial injusto.

3) Só negociem com o profissional se for possível manter a coerência da grade salarial interna da empresa. Caso contrário, os problemas futuros serão muito maiores.

4) Não prometam o que não será possível cumprir. Você estará prejudicando sua empresa e o profissional envolvido.

Se você tiver algum comentário sobre este ou outro artigo, entre em contato no e-mail Paulo.Pinho@uol.com.br. Terei o maior prazer em ler e responder sua mensagem.

Abraços,

Paulo Pinho



quinta-feira, 7 de junho de 2012

Baixando a Guarda....

Olá,

Durante minhas experiências como Coach tive a oportunidade de encontrar vários comportamentos negativos diferentes, cada um com seus efeitos nocivos ao desempenho profissional. Mas de todos os comportamentos encontrados um dos mais comuns é sem dúvida a atitude reativa.

Profissionais com atitude reativa possuem o "dom" de se desmotivarem, ao mesmo tempo que cansam a todos que estão ao seu redor. Em um paralelo grosseiro estes indivíduos funcionam como crianças pirracentas, que ficam na frente da televisão para atrapalhar quem está assistindo, falam alto perto de quem está falando ao telefone, recusam qualquer tipo de oferta, e assim por diante.

Todos nós temos momentos de atitude reativa. Por vezes, quando nossas expectativas são frustradas e não estamos em um bom dia podemos nos comportar de maneira um pouco mais reativa. Não é bom que ocorra, mas é aceitável.

O problema surge quando ficamos a maior parte do tempo na modalidade reativa. Se há uma reunião, achamos que se trata de perda de tempo. Se alguém sugere um programa de incentivo, achamos que vai desencadear comportamentos competitivos indesejáveis. Se a empresa pretende descontinuar um produto, dizemos que será o maior desastre de todos os tempos.

O profissional que assume uma posição reativa muito frequentemente tem a impressão de que todos estão errados e somente ele vê a verdade e entende o que realmente está acontecendo. A cada divergência entre a opinião dos outros e sua própria, torna-se mais incomodado com a situação, realimentando sua atitude reativa. Por outro lado, os que estão a sua volta perdem a vontade de compartilhar ideias, se retraem no momento de dar sugestões ou simplesmente decidem ir em frente sem envolver a pessoa mais reativa.

Quanto mais reativo você for, mas reativas parecerão as pessoas ao seu redor. Essa é uma dica importante para avaliar o quanto suas divergências com outras pessoas estão associadas a um comportamento excessivamente reativo.

Repare nas pessoas ao seu redor. Elas concordam com você de maneira entusiasmada ou o fazem de maneira tímida, quase que por falta de opção. Em geral, suas conversas com as pessoas são fluídas e agradáveis ou desgastantes e cheias de discordâncias que parecem insolúveis? Você costuma elaborar ideias em conjunto com as outras pessoas ou normalmente se vê na situação em que suas ideias são questionadas pela maioria? 

Assumir uma atitude reativa frequentemente pode destruir sua carreira dentro de uma organização. Esse comportamento leva inicialmente ao confronto direto com pessoas que deveriam estar colaborando com você. Com o tempo leva ao isolamento e à sensação de que todos estão contra você. Mais cedo ou mais tarde, uma das partes (profissional ou empresa) toma a decisão de terminar o relacionamento.

Ser reativo é diferente de discordar. É possível discordar sem ser reativo, compartilhando suas opiniões de maneira positiva e com o objetivo de buscar alternativas em conjunto. O fato das pessoas discordarem entre si demonstra que existe diversidade de opiniões e é fundamental para que as organizações se renovem. Mesmo discussões acaloradas podem ser altamente produtivas quando não se perde o objetivo maior de buscar soluções e caminhos alternativos. O problema surge quando o comportamento reativo se instala e as pessoas começam a dizer não somente para demonstrar sua insatisfação.

Se você deseja ter sucesso em sua organização, evite comportamentos reativos a qualquer custo. Eles representam a maneira mais eficiente de fracassar em seus objetivos.

Abraços,

Paulo Pinho