segunda-feira, 25 de maio de 2009

Decisões Difíceis

Olá,

Temos que tomar decisões difíceis várias vezes durante nossa vida profissional. Questões como aceitar ou não uma oferta de emprego, demitir ou não um funcionário, optar por uma estratégia de abordagem de mercado, são exemplos de algumas delas.

Mas como saber que estamos tomando a decisão correta?

A resposta é não há como saber. Seja por que muitas vezes a afirmação decisão correta não se aplica; seja por que não podemos prever com garantia os efeitos de nossas decisões.

As maioria das situações de tomada de decisão nos levam a alternativas de caminhos que são apenas relativamente melhores em relação a outras. A escolha por um novo emprego traz a possibilidade de uma série de benefícios, mas por outro lado é provável que também represente alguns riscos e inconvenientes.

Vejamos o exemplo de um executivo casado e com dois filhos adolescentes que recebe a proposta de tomar uma posição de vice-presidente para a América Latina de uma empresa. Se por um lado a proposta de emprego representa maior renda mensal, também significa menos tempo para dedicar a sua família, maior nível de estresse e maiores responsabilidades.

O exemplo acima é uma situação típica de tomada de decisão que não possui uma resposta correta. Aceitar ou não o cargo implicará em benefícios e oportunidades e, ao mesmo tempo, dificuldades e riscos.

Mesmo quando tudo parece ser em favor de uma determinada escolha existe o risco de nossas expectativas não se concretizarem, levando-nos a resultados não desejados.

Tomemos o exemplo de um executivo que aceite um novo emprego com salário maior em uma empresa bem colocada no mercado e cujas responsabilidades sejam equivalentes às de seu emprego atual. Decisão fácil, não?

Pois é. Agora imagine que dois meses depois essa empresa seja comprada por outra de forma repentina e seu cargo seja extinto. A decisão que parecia obviamente melhor de repente se transforma em um grande problema.

A verdade é que não temos como garantir que nossas decisões estejam sempre certas e precisamos conviver com isso.

Mas existe uma forma eficaz de aumentar o grau de acerto de nossas decisões e ela está associada com nossos princípios, valores e objetivos de vida.

Cada um de nós possui um conjunto de valores e princípios pessoais. Regras de comportamento que quando cumpridas nos deixam com a consciência limpa e quando contrariadas nos fazem sentir culpa e mal estar. Quanto mais importante for uma decisão, mais importante será respeitar nossos princípios e valores.

Por outro lado, o conjunto de nossos princípios e valores nos fazem criar uma imagem desejada de nosso futuro, definindo nossos objetivos de vida. Toda decisão importante deve ser confrontada com nossos objetivos de vida antes de ser tomada. Se o caminho escolhido aumenta a possibilidade de atingir nossos objetivos, provavelmente é um bom caminho. Caso contrário, deve ser questionado como um caminho válido.

Parece óbvio que nossas decisões devam ser orientadas segundo a prioridade de nossos valores, princípios e objetivos de vida, mas infelizmente não é bem assim que as coisas acontecem com a maioria das pessoas.

A falta de tempo para refletir e a necessidade de apresentar e obter resultados de curto prazo muitas vezes nos fazem decidir sem consultar a prioridade de nossos valores e princípios. Com isso, vamos nos afastando de alguns deles e superlativando outros, muitas vezes nos afastando de nossos maiores objetivos de vida.

Tomemos o exemplo de um grande executivo de multinacional com problemas cardíacos causados pela vida sedentária e maus hábitos alimentares. Será que esse executivo não tinha como um de seus valores a saúde? Será que ele não considerava ser saudável uma coisa importante em sua vida?

A verdade é que para esse executivo o valor saúde foi perdendo importância ao longo do tempo, dando espaço a valores relacionados ao sucesso e ao poder, criando uma nova lista de valores e princípios, bem diferente da que ele construiria se refletisse um pouco mais.

Para que nossas decisões sejam melhores, precisamos resgatar o hábito de listar nossos valores, princípios e objetivos por ordem de importância. De preferência eles devem ser escritos e consultados com alguma frequência.

A lista de valores e princípios não precisa e não deve ser fixa por toda a vida. Ao contrário, ela deve ser revisitada com relativa frequência e não mal nenhum em mudar a prioridade de seus valores e princípios ao longo do tempo.

O mais importante é que essa lista esteja viva em sua mente todo o tempo e que sirva como um guia para suas decisões do dia a dia. Quanto mais importante for a decisão, mais importante será levá-la em consideração.

O hábito de manter uma lista atualizada e priorizada de valores, princípios e objetivos de vida não é garantia de acertar sempre, mas faz com que os resultados de nossas decisões se aproximem mais de nossos verdadeiros desejos e sonhos. Além disso, esse hábito nos mantém mais conscientes de nossas escolhas e, no longo prazo, nos ajudam no processo de auto-conhecimento e de desenvolvimento humano.

Vamos lá... Reserve algum tempo dessa semana para refletir sobre seus valores e princípios. Coloque-os em uma folha de papel e depois ordene-os por grau de importância. Pense também em quais são seus maiores objetivos de vida e escreva-os em algum lugar.

Guarde essa lista em sua mente e em algum lugar onde possa ser consultada com frequência. Lembre-se de usá-la sempre que tiver que tomar uma decisão mais importante e não deixe de refletir sobre sua validade de vez em quando.

Um abraço,

PP

Nenhum comentário:

Postar um comentário