segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A Importância da Diversidade

Olá,

Por muitos anos as empresas buscaram maneiras de identificar o perfil ideal em função do cargo a ser preenchido. Para isso, vários instrumentos de avaliação foram desenvolvidos, sempre tentanto classificar pessoas em categorias de personalidade, de preferências e até mesmo de competências. Era só preencher um questionário com algumas perguntas e, pronto, estava definido se uma pessoa era ou não adequada a determinada função.

Pessoalmente trabalhei com vários desses instrumentos e posso afirmar que são razoavelmente precisos (mas não perfeitos) para identificar traços de personalidade ou preferências. No entanto, falham vigorosamente na hora de definir quem tem maior ou menor chance de sucesso em determinada função. Em vários anos de experiência contratando pessoas para diversas funções minha conclusão é de que a personalidade e as preferências são informações pouco relevantes para definir a adequação.

Apesar de parecer intuitivo que determinados traços de personalidade se ajustam melhor a determinados cargos, o que vemos na prática é um mosaico de personalidades presentes nos principais cargos das empresas. E não estou estou falando aqui de quaisquer pessoas, mas somente daquelas que podemos considerar bem sucedidas em seus cargos.

Na área de vendas, por exemplo, é normal que se deseje pessoas com personalidade mais forte e extrovertida, que sejam mais móveis e flexíveis. Apesar disso, já conheci vendedores excelentes extremamente tímidos e disciplinados, ao mesmo tempo que tive que demitir vários que tinham o chamado perfil ideal exatamente pela forma inadequada com que utilizavam essas características.

Além do fato de não ser efetivo na previsão dos resultados, o processo de seleção com foco na personalidade traz um efeito colateral que me incomoda muito. Ele aumenta o risco de tornar demasiado homogêneo o quadro de pessoas da empresa, diminuindo as possibilidades de termos opiniões e perspectivas diferentes frente aos obstáculos.

Em um mundo cada vez mais complexo, a capacidade de inovar e de desafiar a forma comum de fazer as coisas torna-se um diferencial competitivo importante. Se por um lado, pessoas parecidas tendem a pensar de forma similar, reforçando umas as outras e dando a impressão de maior harmonia e sinergia, por outro lado, pessoas diferentes provocam mais opções de pensamento e aumentam as possibilidades de inovação.

Para que uma empresa seja realmente competitiva e flexível, aberta a novas idéias e conceitos, é importante que a diversidade seja incentivada em todos os níveis. Seja a diversidade de idéias, de cultura, de formação, ou de personalidade, quanto maior for a multiplicidade de padrões, mais facilidade a empresa terá em se adaptar às mudanças cada vez mais rápidas do mercado.

Uma questão importante sobre a diversidade está associada a forma como a cultura da empresa lida com ela. Empresas que pregam linhas de pensamento muito rígidas e dão muita prioridade ao alinhamento de idéias, correm maior risco de se tornarem pouco flexíveis e de atenuarem a diversidade natural de seus funcionários. Para essas empresas, é importante que suas mensagens corporativas incluam o incentivo a novas idéias e que a liderança seja disciplinada no exercício de acolhê-las.

Dê uma olhada em torno de você e avalie se está cercado de pessoas realmente diferentes ou de um exército de pessoas parecidas. Se sua realidade estiver mais próxima da segunda opção, talvez seja hora de rever a maneira como sua organização seleciona pessoas e lida com a diversidade de idéias.

Não deixe de enviar seus comentários e sugestões. São eles que me fazem melhorar esse blog.

PP

Um comentário:

  1. Muito bom o texto. A diversidade amplia nossas possibilidades de escolha! Muito bom encontrá-lo em tempos finais de faculdade, à prova de várias entrevistas de emprego.

    Marcelle

    ResponderExcluir