quarta-feira, 24 de março de 2010

Nossos Diálogos Internos

Olá,

Você provavelmente já se pegou vivenciando um diálogo intenso com alguém somente na imaginação. Você fala, ouve a outra pessoa falando, mas na verdade tudo não passa de uma criação de sua própria mente. Uma criação tão verdadeira que faz com que se tenha a sensação de estar realmente vivendo aquele momento de interação.

É sobre esses momentos, tão frequentes em nosso dia a dia, que gostaria de conversar um pouco.

Os diálogos internos que praticamos todos os dias possuem grande influência na maneira como reagimos aos estímulos externos. Eles muitas vezes servem de ensaio para as situações que ainda vamos viver e nos permitem de maneira segura testar alternativas de reação a essas situações.

Um advogado que se prepara para um julgamento importante repassa centenas de vezes em sua mente trechos do julgamento que ainda não ocorreu. Ele imagina as possíveis linhas de argumentação da defesa e ensaia a forma de reagir a cada uma delas. Ensaia a maneira como se dirigir ao juiz e aos jurados, as palavras que deve usar. Ele repete cada cena várias vezes, como se estivesse treinando em uma academia de ginástica.

O diálogo interno também serve como ferramenta de materialização de um desejo. Pode parecer estranho ou até meio místico, mas existe fundamento científico para essa afirmação. O ato de viver internamente uma determinada cena de maneira repetitiva faz com que nosso subconsciente trabalhe de forma a realizar essa cena em algum momento no futuro e muitas pessoas se utilizam desse artifício como apoio em suas realizações.

Imaginar a cena de aplausos após uma apresentação bem sucedida, ajuda a um apresentador iniciante a se sentir mais seguro e a se preparar para uma apresentação em público. Imaginar a cena de estar subindo no pódium ou de estar ultrapassando os oponentes, ajuda um piloto a se concentrar para uma prova de automobilismo. Imaginar um parto tranquilo ajuda a gestante a ser preparar para a chegada do novo filho.

Mas existem alguns pontos sobre os diálogos internos para os quais devemos estar alertas:

1) Um diálogo interno tanto pode ajudar a realizar uma cena boa quanto uma ruim.

Quando pensamos de forma repetida em possíveis desfechos negativos acabamos nos direcionando para fatos desagrádaveis. Nossa forma de pensar se torna negativa e defensiva e nosso foco sai da direção da solução e se concentra nos aspectos negativos e nos problemas.

Por esse motivo, evite vivenciar cenas negativas a não ser que parecam tão inevitáveis que seja mais positivo se preparar para elas do que buscar outras alternativas.

2) Não se esqueça que nos diálogos internos todas as falas saem de sua própria mente.

Quando exercitamos diálogos internos com outras pessoas, é importante ressaltar que as falas da outra pessoa estão sendo criadas por você mesmo. Isso significa que as reações dessa pessoa são apenas uma criação sua a partir da avaliação que você faz dela.

Nada garante que as reações da pessoa com quem você está interagindo internamente serão as mesmas que você cria naquele momento.

Um bom exercício para neutralizar esse efeito é o de imaginar o mesmo diálogo tentando rever sua avaliação sobre a pessoa com quem você está "dialogando".

Experimente imaginar um diálogo com alguém que você acha explosivo tentando considerá-lo com uma pessoa ponderada. Você pode se surpreender com a sensação que terá a respeito do diálogo.

Em algumas situações, simular o diálogo com outras pessoas tentando rever sua avaliação sobre essas pessoas pode ajudar a resolver conflitos e encontrar soluções realmente criativas.

3) Fuja dos diálogos internos viciados

Existem momento em que nossa mente insiste em fixar sua atenção em diálogos negativos e viciados. O resultado é uma sensação desagrável, que drena nossa energia o nos desvia de objetivos. Nessas situações procure desviar sua atenção.

O mais dificil na tentativa de se livrar de diálogos viciados e tomar consciência de que eles nos fazem mal. É preciso estar alerta a nossos sentimentos e sensações a todo momento para que possamos correlacionar o diálogo negativo com o mal estar que sentimos.

Uma maneira eficiente de se afastar de um diálogo interno viciado, desde que você seja capaz de notar que está sendo capturado por ele, é o de buscar novos focos de atenção. Mude de atividade. Procure algo novo para fazer. Se dê um pouco de prazer inofensivo (no sentido de que não seja um prazer que aprisiona como drogas, bebidas ou coisa parecida).

A não ser pelos pontos de atenção citados, use e abuse dos seus diálogos internos. Eles são uma maravilhosa ferramenta de reflexão e uma maneira simples e eficiente de criar o futuro que desejamos.

O segredo é usá-los sempre de maneira positiva, criando cenas que nos trazem boas sensações momentâneas e que nos ajudam a forma um futuro mais ameno e prazeiroso.

Não deixe de enviar mensagens sobre esse e outros artigos. É partir da interação com vocês que dou continuidade ao trabalho desse blog.

Abs,

PP

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