segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Vaidade e Insegurança

Olá,


Um dos erros mais graves que um executivo pode cometer é centralizar demais as decisões, sobrecarregando a si mesmo e deixando sua equipe cada vez menos comprometida com os resultados. Mas o que leva profissionais preparados e experientes a cometerem um erro tão básico? Será que eles não percebem o mal que fazem a si próprios e à organização? O que é preciso fazer para não cair nessa armadilha?

Existem basicamente dois fatores que tornam um executivo centralizador.

O primeiro, e para mim o mais negativo, é a insegurança. Esse tipo de profissional duvida da capacidade de todos e prefere trazer para si a responsabilidade de decidir cada detalhe da operação. Ele sente-se inseguro em deixar que os outros decidam e acaba gerando para si uma missão simplesmente impossível. Afinal, inseguro que é, tende a adiar decisões e a buscar todo tipo de desculpa para não decidir. Quanto mais centraliza, mais paralisa a organização, o que o torna cada vez mais inseguro e centralizador. Um círculo vicioso cujos resultados são desastrosos.

O segundo, menos negativo mas também ruim para a organização, é a vaidade excessiva. Aquela que faz com que o profissional queira estar no centro de todas as atenções, sentindo-se o mais solicitado e o mais importante dos mortais. Normalmente seus resultados iniciais são impressionantes, pois possui alta capacidade de trabalho e é capaz de tomar decisões rápidas e razoavelmente precisas. Ocorre que a complexidade do ambiente e a centralização crescente ultrapassam sua capacidade de produção e ele descobre, da maneira mais dolorosa possível, que não é nem super-herói nem insubstituível.

Pois é. Dois pequenos defeitos podem se tornar um grande problema para a carreira de quem deseja ser um executivo de sucesso. E o que é pior, são comportamentos muito mais comuns do que se imagina e que estão presentes em algum grau em todos nós.

Acho que todos concordam que alguém cujo objetivo é ser um executivo de sucesso tem um pouco de vaidade, certo? Mas o que dizer da insegurança? Por que será que a insegurança também está presente?

Para o caso de executivos recém-promovidos, a explicação é relativamente fácil. Todo novo desafio gera insegurança e é natural que isso ocorra em algum grau com os mais novos. É por isso que novos gerentes tendem a ser mais centralizadores e aos poucos, conforme a auto-confiança se estabeleça, modifiquem seu comportamento e sejam mais delegadores.

A coisa complica quando falamos de executivos mais experientes. Sinceramente não tenho uma resposta definitiva para essa pergunta, mas já presenciei vários executivos de sucesso se tornarem extremamente inseguros e centralizadores com o passar do tempo, o que é muito triste.

É como se o sucesso acumulado deles fosse transformando a antiga certeza de vitória em medo do fracasso. Ou como se eles não conseguissem mais comemorar os sucessos, preferindo dar foco total aos fracassos. Eles se transformam em executivos inseguros, que não confiam em ninguém, e que se tornam centralizadores e procrastinadores até que alguém tome a decisão de aposentá-los.

Se você não quer ser centralizador, observe sua vaidade e insegurança. Não se preocupe em tê-las em níveis normais. Elas o ajudam respectivamente a manter e a questionar sua auto-confiança, o que é muito importante. Mas fique alerta para os excessos e evite entrar no mundo dos executivos centralizadores. O preço pode ser muito alto.

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PP

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