sábado, 15 de dezembro de 2007

Vítima ou Protagonista

Olá,

Se perguntarmos a qualquer executivo qual dos dois papéis acima prefere exercer, é certo que a resposta ouvida será o de protagonista. Se a pergunta for sobre qual o comportamento que esse executivo exerce na maioria da vezes, novamente a resposta tenderá para o comportamento de protagonista. No entanto, quando avaliamos a atitude de muitos executivos perante as dificuldades do dia a dia, percebemos que o papel de vítima é muito mais utilizado do que se imagina no mundo corporativo.

A verdade é que ser vítima possui benefícios de curto prazo que tornam esse papel muito mais confortável do que o papel de protagonista, principalmente quando enfrentamos situações de fracasso. É por isso que as pessoas preferem instintivamente a posição de vítimas nessas situações.

Tomemos o exemplo de um executivo que falha em sua missão de aumentar o faturamento da empresa em determinado ano. É muito mais confortável atribuir esse fato a problemas econômicos ou à loucura da concorrência, do que reconhecer que suas decisões não foram as mais adequadas ou que seu desempenho pessoal foi abaixo do desejado. No fracasso é mais fácil ser vítima do que protagonista.
Ao mesmo tempo, em um ano de sucesso é muito mais agradável se vangloriar de suas proezas como executivo do que reconhecer que economia foi melhor do que o planejado e a concorrência cometeu erros que não eram previstos. Em momentos de sucesso, todos querem ser protagonistas.

Na maioria das situações os fracassos e sucessos são apenas parciais, o que mascara ainda mais a postura "vitimista" dos executivos. Nesses momentos, a tendência é que as pessoas enfatizem suas vitórias, enaltecendo suas decisões e comportamentos corretos, e diminuam suas derrotas, buscando justificativas externas para elas. A impressão de quem ouve de fora é de que estamos falando com alguém que sabe reconhecer os sucessos e fracassos, e a incapacidade de se responsabilizar na MEDIDA CERTA por cada dos dois opostos passa desapercebida.

Em qualquer evento é preciso reconhecer que existem condições que estão sob controle e outras que simplesmente acontecem, independente de nossa vontade. Sobre o segundo grupo, o máximo que podemos fazer é prever a possibilidade de sua ocorrência mas isso nem sempre é fácil. Sobre o primeiro devemos assumir a responsabilidade e agir conforme a necessidade.

Um executivo protagonista tem a habilidade de analisar os eventos de forma distante e neutra. Reconhecer os fatores sobre os quais possui controle, agindo sobre os mesmos; e os que estão fora de controle e deverão ser observados para, na medida do possível, serem neutralizados ou potencializados. Sua atitude é de assumir sua parte da responsabilidade por cada evento, ao mesmo tempo aceitando que não é capaz de controlar todas as variáveis e de que nem todo sucesso depende de suas habilidades.

Ser vítima, ao contrário, é abrir mão de forma seletiva sobre sua parte da responsabilidade pelos eventos. Um executivo vítima valorizar demais sua responsabilidade pelos sucessos e terceiriza a responsabilidade pelos fracassos.
É muito comum encontrarmos executivos de alto nível fazendo várias críticas a outras pessoas que o impedem de fazer as coisas como deveriam ser feitas, ou que fazem coisas que prejudicam sua performance e da organização. Ao mesmo tempo, são relativamente raros os momentos em que esses mesmos executivos avaliam suas falhas ou reforçam sua responsabilidade sobre os fatos negativos. Não tenho dúvida que esses executivos estão assumindo o papel de vítimas e deveriam repensar seus comportamentos.

Procure avaliar sua atitude perante as dificuldades e reflita sobre o seu grau de responsabilidade sobre eles. Se sua avaliação for de que possui pouca responsabilidade sobre as coisas que acontecem, talvez seja hora de repensar seu comportamento.

Um última dica. Se preocupe com o seu grau de vitimização e esqueça o dos outros. Você não tem como controlar o comportamento dos outros mas tem obrigação de fazê-lo consigo mesmo.

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PP

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