terça-feira, 11 de março de 2008

Encontrando Velhos Amigos

Olá,

Há algumas semanas tomei a decisão de procurar os grandes amigos que tive durante o período de faculdade. Esse ano completamos 25 anos de formados e achei que seria uma bela oportunidade de nos encontrarmos novamente.

Ainda estou em busca da maioria das pessoas e aproveito para divulgar nossa intenção aqui no Blog. Se você foi ou conhece alguém da turma de engenharia elétrica da UFRJ que se formou 1983, entre em contato comigo no e-mail paulo.pinho@uol.com.br. Queremos reunir o maior número possível de pessoas nesse encontro.

Apesar e ainda faltarem muitos amigos para reencontrar, o pessoal que era mais próximo já apareceu e algumas observações já podem ser feitas.

Em primeiro lugar, o tempo agiu sobre todos nós. Os jovens de vinte poucos anos que conviveram naquela época, matando aula para beber e jogar conversa fiada nos bares do Rio de Janeiro não existem mais. Se transformaram em quarentões / cinqüentões com cabelos grisalhos, testas mais visíveis e barrigas mais proeminentes. Agora somos respeitáveis senhores de meia idade, demonstrando que o tempo não perdoa e que devemos aproveitar cada momento que nos é concedido em vez de desperdiçá-los preocupando-se em demasia ou e queixando de nossa situação.

Em segundo lugar, é visível o sucesso de todos aqueles jovens que tiveram uma formação educacional sólida e que foram incentivados a empreender. Cada um de sua maneira, todos foram bem sucedidos em suas carreiras. São estórias de sucesso que demonstram a importância de uma boa formação e de uma atitude empreendedora perante a vida.

Considerando as mudanças que o tempo impôs sobre todos nós, me chamou a atenção como ainda somos capazes de brincar e de se divertir da mesma forma que fazíamos nos corredores do fundão. A mesma irreverência ácida continua presente em todos os que faziam parte daquele grupo. As conversas são animadas e recheadas de humor e o alvo principal de nossas críticas continuam sendo nossas próprias caricaturas. O tempo transformou nossos corpos e nos trouxe realização profissional e pessoal, mas ainda temos muito daqueles jovens em nossos corações, e talvez esse seja um de nossos segredos. Que continue assim por pelo menos mais 25 anos.

Observo com prazer que ainda somos AMIGOS de verdade. Quase nos perdemos durante mais de duas décadas, trilhamos caminhos totalmente diferentes e vivemos experiências muitas vezes opostas, mas ainda somos verdadeiramente amigos. Apesar de termos sido levados a direções distintas, continuamos conectados pelas lembranças agradáveis daquele tempo em que convivemos intimamente. É uma prova de que amigos verdadeiros são para sempre, não importa o quão distantes eles estejam.

Convivemos intensamente por mais de 5 anos, aproveitando cada momento daquela experiência, aprendendo a nos respeitarmos e a nos amarmos. Fomos capazes de nos desapegarmos do conforto e da previsibilidade daquela convivência para alçarmos vôos maiores e mais solitários. Criamos novos laços de amizade, construímos nossa reputação profissional e social, enfim, amadurecemos. Agora que nos reaproximamos, constatamos que a amizade construída em alguns anos de convivência continua intacta e mais viva do que nunca em cada um de nós.

Talvez seja essa a maior lição a ser aprendida. Nosso destino é deixar marcas na vida das outras pessoas e a qualidade dessas marcas determina nossa recompensa. Não estamos aqui para ter nem para pertencer e sim para deixar e receber percepções e lembranças. Assim como um pássaro, que pousa na mão aberta do treinador habilidoso de forma espontânea e se debate na mão fechada do leigo, as amizades verdadeiras estão sempre presentes nas mentes dos verdadeiros amigos, mas se afastam daqueles que tentam artificialmente mantê-las. Por esse motivo, agradeço a todos os amigos que tenho pela oportunidade de tê-los marcado e pela honra de carregar marcas deixadas por eles.

Um grande abraço.

PP

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