Olá,
Ser executivo de uma grande multinacional tem algumas semelhanças interessantes com um passeio de montanha russa e a idéia desse artigo e falar sobre algumas delas.
Tudo começa com uma vontade enorme de enfrentar um novo desafio. Acabamos de sair de um emprego emocionante e, já nos vemos na longa e disputada fila de uma posição ainda mais desafiadora. A ansiedade e o medo de não suportar as emoções dessa nova atração nos fazem questionar se deveríamos estar ou não ali. Por um momento pensamos que seria melhor voltar a fila do brinquedo anterior, mas quando olhamos para trás vemos que retornar é impossível e a única opção que resta é continuar em frente.
Chega o momento da verdade. Somos convidados a entrar na montanha russa e nos posicionarmos em nosso lugar de destaque. O ambiente parece seguro, com barras de segurança e construção bastante sólida, mas os alertas para pessoas com problemas de pressão, coração e outras complicações mais nos fazem pensar se teremos saúde para enfrentar o que está por vir.
Barras de proteção travadas e começa o movimento. No início de maneira bem lenta, como que preparando-nos para os momentos seguintes. A subida é lenta e tranqüila mas nos faz pensar em como será a descida. Quanto mais subimos mais nos assusta a idéia de que em algum momento, teremos que descer, e pelo que sabemos de todas as experiências anteriores, a descida será muito mais agitada do que a subida inicial.
Vamos chegando ao topo e nos damos conta de que não haverá mais subida. Aos poucos a velocidade vai se reduzindo e os trilhos desaparecem. Na frente vemos apenas o vazio e temos a impressão de que chegamos ao fim da linha. Mas nossa experiência mostra que o final da linha esta longe e que é hora de enfrentar grandes turbulências. Se inicia a primeira descida.
Em alguns milésimos de segundo nossa viagem se transforma. A lenta e tranqüila viagem de subida se transforma em uma descida enlouquecida, turbulenta e agressiva, que nos faz pensar por que razão decidimos entrar nessa brincadeira. O coração dispara, nos sentimos impotentes, totalmente sem controle. Nossa única reação é de contrair os músculos e esperar que a coisa termine.
Mas uma boa montanha russa, assim como uma posição de destaque em uma grande empresa, reserva mais emoções e surpresas. Durante alguns minutos, que no mundo corporativo são equivalentes a trimestres, somos chacoalhados daqui para lá e de novo para cá. Damos várias piruetas nas três dimensões do espaço e o tempo parece se dilatar e se contrair conforme a avalanche de emoções invade nossas mentes.
Existem momento de pura tranqüilidade, quando estamos subindo e atingindo nossos objetivos. Em outros momentos nos sentimos totalmente perdidos, sacudindo de um lado para outro, ora subindo ora descendo. Finalmente, os momentos mais alucinados ocorrem quando sofremos as quedas mais violentas. Nos sentimos sem apoio, sem chão, e novamente nos perguntamos sobre o que nos levou a aceitar esse tipo de brincadeira.
O tempo passa e o circuito chega ao fim. É hora de descer e de deixar que outros tomem o nosso lugar naquela montanha russa. Nos sentimos aliviados por termos sobrevivido, e trazemos conosco sentimentos mistos trazidos pelos momentos emocionantes que vivemos. Por um lado pensamos em nunca mais participar de um desafio tão intenso, com tanto sofrimento. Por outro, desejamos experimentar novamente e testar nossa capacidade de desafiar o perigo e as dificuldades.
Já em terra firme, alguns irão desejar ir para casa e descansar. Outros correrão para a próxima fila, em busca de uma montanha russa ainda mais violenta. Outros ainda irão esperar um pouco, experimentar brinquedos um pouco mais tranqüilos, para depois retornar aos mais emocionantes.
Mas uma coisa é certa. Os parques de diversões e as corporações continuarão cheios de pessoas e executivos ávidos por sentirem as sensações fortes que os brinquedos e os empregos causam nas pessoas.
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PP
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