segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Balanço de Fim de Ano

Olá,



Estamos terminando mais um ano. Para alguns foi um ano memorável, com muitas realizações e boas lembranças. Para outros, um ano que querem esquecer e que pareceu trazer somente problemas e dificuldades. A diferença entre esses dois grupos? A forma como percebem a vida.


Pelo menos no início de sua carreira, todo executivo tende a pertencer ao primeiro grupo. Reforçando suas percepções positivas e tratando de neutralizar as negativas. Isso os torna mais fortes e os ajuda a enfrentar os desafios do dia a dia. Eles se concentram menos no possível sofrimento da derrota e mais nas delícias da vitória. São pessoas otimistas, que acreditam em si mesmas e nos outros e que possuem brilho nos olhos.


Mas ao longo da carreira, muitos se tornam mais amargos e negativos. Os eventos bons lhes parecem mais raros e pouco importantes, deixando espaço para o mau humor, o pessimismo e as lamúrias sobre carreira, colegas e a empresa. Alguns se tornam verdadeiros tiranos, como se procurassem amansar sua própria dor e frustração fazendo com que os outros sintam o mesmo. Outros vão se acomodando em seus lugares e, aos poucos, vão perdendo o brilho e se entregando ao sistema.

Faça um balanço de como foi o seu último ano e procure se classificar em um dos dois gupos descritos acima. Se você concluir que está mais próximo do segundo grupo, o dos que tiveram um péssimo ano, reflita um pouco sobre o que o faz pensar assim e trabalhe para deixar essa perspectiva com urgência. Não importa quantos problemas você enfrentou, nem mesmo a gravidade desses problemas, você acaba de VIVER mais um ano e precisa comemorar o que de bom aconteceu. PONTO FINAL !!!!

Está difícil comemorar alguma coisa, então dê uma olhada para o horizonte e veja como é imenso o mundo em que vivemos. Não consegue ver o horizonte pois está no meio de uma cidade grande, saia na rua e observe as pessoas e o movimento da cidade. Veja como há pessoas tristes e pessoas alegres e que a diferença entre elas é somente sua atitude perante os fatos.

Agora sente-se em um lugar tranqüilo e procure lembrar das coisas boas que aconteceram durante esse ano. No início pode parecer um exercício estranho e pouco produtivo, mas não desista, continue pensando no que de bom aconteceu. Comece por pequenas coisas que venham a sua lembrança e que o tenham feito se sentir bem. Depois procure lembrar de fatos mais relevantes e dos detalhes que o agradaram. Quando estiver se sentindo melhor, reflita sobre os fatos que lhe pareceram péssimos e procure algo de bom que eles tenham trazido a sua vida. Você vai se surpreender com os efeitos de ver as coisas de maneira diferente.

Sei que alguns de vocês devem estar sentindo-se lendo um livro de auto-ajuda, mas realmente não e importo com isso. Apesar do termo se muito batido e de haver muita gente escrevendo livros dessa natureza somente para fazer dinheiro, temos que reconhecer que ajudar alguém é sempre importante e se for a si mesmo, mais importante ainda. Por isso, auto-ajuda é fundamental em nossa vida e devemos praticá-la o tempo todo.

Desejo a todos vocês um excelente ano de 2008. Que as coisas que pareceram ruins durante 2007 sejam percebidas de forma positiva em 2008 e que as já percebidas positivamente em 2007 sejam ainda melhores em 2008.

Um Grande Abraço,

Paulo Pinho

domingo, 30 de dezembro de 2007

Aposentadoria versus Empreendedorismo

Olá,

Outro dia estava batendo papo com um amigo e acabamos tocando nos assuntos aposentadoria e empreendedorismo o que me deu idéia para escrever esse artigo.

A conversa se iniciou quando comentei que nós dois estávamos tecnicamente aposentados do mundo corporativo já que tomamos a decisão de abandonar a carreira de executivos para nos dedicarmos a nosso próprio negócio. Ele me repreendeu imediatamente e me lembrou que a palavra aposentadoria tem origem na palavra aposento, representando estar alojado ou preso a um aposento.

Tentei debater um pouco sobre o assunto, argumentando que para mim a palavra aposentadoria trazia a conotação de liberdade para fazer o que quisesse, para criar e buscar novos caminhos. Rapidamente ele sacou uma palavra empreendedorismo, que convenhamos é muito mais adequada ao momento que ambos vivemos.

Essa discussão me ajudou a pensar um pouco mais sobre os riscos de comunicação pelos quais passamos todos os dias, mas esse assunto espero abordar outro dia. Hoje gostaria de me concentrar na força negativa que a palavra aposentadoria tem para a maioria dos executivos e trata de cunhar um novo termo para esse momento de vida, o empreendedorismo maduro.

Não importa sua idade ou motivo que o leva a sair do mundo corporativo, pense nele como uma oportunidade de empreender, de criar, de dar liberdade a suas idéias. De preferência, pense em empreender antes da data oficial de sua "aposentadoria"e procure algo que lhe dê prazer e que esteja alinhado com sua missão de vida.

É claro que é mais arriscado empreender quando precisamos demais do dinheiro que ganhamos no mundo corporativo e não devemos nos lançar em simples aventuras, mas pense um pouco em como usar o seu dinheiro e reserve espaço para poder empreender assim que possível. Prepare uma planilha considerando suas reservas financeiras, investimentos razoavelmente seguros e sua capacidade de geração de renda em sua nova atividade, sendo bem conservador. Se a conta lhe permite viver os próximos 30 anos com alguma folga, feche os olhos e se transforme num EMPREENDEDOR !!!!!!!!!!

O Empreendedorismo traz somente benefícios a nossa sociedade e nós mesmos. Quando empreendemos, criamos empregos, desenvolvemos idéias e tiramos dinheiro da especulação financeira para colocá-lo na cadeia de valor. Quando empreendemos realizamos nossos sonhos, fazemos do nosso jeito e nos sentimos mais felizes. Até o frio na barriga de tentar algo novo é recompensador, afinal que gostoso é sentir medo novamente.

Mas e se a coragem não vier e formos "aposentados" pelo sistema? Bom, diz um ditado que a melhor hora para plantar uma árvore foi há vinte anos e a segunda melhor hora é agora. Faça isso, pegue a palavra APOSENTADO e substitua por EMPREENDEDOR.

Pense no que você pode fazer para criar e seu produtivo. Importa menos o que será e mais como será. Pense em algo que você goste de fazer e se preocupe menos com a receita e mais com a realização. Você pode optar por abrir um pequeno negócio ou até mesmo ser voluntário em alguma instituição de caridade, mas não pare. Não seja um APOSENTADO, seja um EMPREENDEDOR.

E você que está iniciando? Quando empreender? Para você tanto faz...

Se você resolver empreender agora pode ter muito sucesso ou fracassar terrivelmente, mas não faz mal você tem tempo para se recuperar. Se preferir aprender um pouco, o que no fundo é minha recomendação, mais chance terá de sucesso quando resolver empreender. Se resolver esperar um pouco mais, leia os parágrafos anteriores.

Olhe a sua volta e veja tudo o que existe que não seja simples natureza. Tudo isso foi feito por empreendededores, pessoas que acreditaram nos seus sonhos e buscaram seus ideais. Nosso País está precisando de mais empreendedores e espero que você seja o próximo.

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PP

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Dia de Natal

Olá,

Chegamos ao dia 24 de Dezembro. Esse dia desperta emoções variadas nas pessoas. Alguns se preparam e se reunem, buscando mais contato com aqueles que amam. Outros lembram-se com tristeza daqueles que temporariamente ou definitivamente não podem mais ver. Alguns esperam ansiosamente que chegue, outros que passe. Alguns choram de alegria ou tristeza, outros não entendem porquê alguns choram.

Não importa se você gosta ou não do Natal, a verdade é que essa época faz com que as pessoas pensem mais umas nas outras e em si mesmas. É uma época de reflexão, onde cada um busca de forma mais ativa significado para a vida. Época em que pensamos um pouco mais sobre o que é realmente importante em nossas vidas.

Aproveitando esse momento de reflexão, minha mensagem aos que visitam esse blog é de que se aproximem da paz e da felicidade um pouco mais nesse Natal. Que aproveitem para ficar um pouco consigo mesmos e pensar no significado de suas vidas e em como fazer com que ele não seja diluído pelo dia a dia agitado que vivemos.

Desejo a todos um feliz dia de Natal, com muita paz, harmonia e reflexão.

Um Grande Abraço,

Paulo Pinho

domingo, 23 de dezembro de 2007

Selecionando Pessoas

Olá,

Selecionar pessoas não é uma tarefa nada fácil. Se após anos de trabalho conjunto ainda temos dúvidas na hora de promover um indivíduo, imagine quando temos que decidir sua contratação com um par de entrevistas e um currículo.

Para selecionar bem é primeiro preciso reconhecer que esse processo é falho e que as chances de erro são altas. Isso ajuda a administrar nossas expectativas e a dar mais atenção e apoio a pessoa que acaba de ser admitida. Ao mesmo tempo, nos dá a oportunidade de reconhecer que erramos e corrigir nosso erro antes que os danos sejam maiores.

É importante que o responsável pelo novo funcionário se envolva pessoalmente neste processo e, sempre que possível, também se envolvam os superiores de segundo nível, alguns colegas e até mesmo subordinados.

O processo de seleção deve ser cuidadoso e utilizar todos os recursos disponíveis para encontrar a pessoa ideal para o cargo. Entrevistas, dinâmicas de grupo, instrumentos de avaliação de personalidade referências são alguns dos recursos que podem ser utilizados.

Pessoalmente dou mais valor aos momentos em que existe interação direta com o candidato. São nesses momentos que temos a oportunidade de ver nosso candidato atuando mais verdadeiramente e perceber suas atitudes e comportamentos perante a estressante situação de participar de um processo de seleção.

Outro instrumento que valorizo muito são as referências. Saber o que as pessoas pensam do candidato nos ajuda a entender um pouco mais de sua personalidade.

Quando converso com uma referência costumo perguntar primeiro em que situação o candidato e a pessoa de referência conviveram. Depois procuro saber quais são as maiores virtudes e os maiores defeitos do candidato, do ponto de vista da referência. Finalmente, falo um pouco da oportunidade e pergunto à referência o que ela acha do candidato nessa posição.

De tudo que ouço, faço um filtro dependendo da origem da referência utilizada.

Se trata-se de uma pessoa desconhecida, procuro me concentrar no tom das tintas. Tintas carregadas demonstram entusiasmo ou crítica pesada ao indivíduo e devem ser consideradas sem dúvida nenhuma. Afirmações imprecisas e cuidadosas me levam a desconfiar das mesmas e servem de alerta para verificar um pouco mais.

Nos casos em que a referência é conhecida e confiável, procuro explorar um pouco mais cada tema, e tendo a confiar um pouco mais no que ouço. Também procuro avaliar os comentários recebidos considerando o que conheço da própria referência, de seus valores e de suas prioridades.

Um instrumento de muito valor para determinadas posições são as dinâmicas de grupo. Desde que bem orientadas, elas nos permitem observar as pessoas atuando com outras pessoas em situações pouco previsíveis, o que torna mais difícil a dissimulação. Em geral, as dinâmicas retratam melhor o jeito de operar das pessoas do que simples entrevistas e esse deve ser o seu foco.

Os instrumentos que pessoalmente mais questiono são os que procuram tipificar a personalidade e as preferências das pessoas. Digo isso por que acho muito perigoso fazer o cruzamento direto entre personalidades e sucesso em algumas posições. Conheço vendedores de grande sucesso que são extremamente tímidos e engenheiros de software muito extrovertidos e fico imaginando o que teria sido da carreira deles se o único instrumento de seleção fosse a análise de suas personalidades.

Todos os instrumentos são válidos e, utilizados de forma conjunta e com bom senso, nos ajudam a selecionar melhor. Mas é importante entender que NENHUM instrumento é definitivo e pode ser utilizado isoladamente.

Como regra geral, minha recomendação é de que os instrumentos sirvam para selecionar os melhores candidatos, eliminando aqueles em as dúvidas são maiores e priorizando os pontos fortes dos candidatos. Neste processo é importante evitar dar um peso exagerado a apenas um instrumento mas deve-se ouvir com atenção o que a intuição nos diz e eliminar aqueles candidatos que por algum motivo entendemos que não darão certo.

É sempre bom levar em consideração a viabilidade do candidato e da posição ofertada no processo de definição da lista final de candidatos. Se a posição é muito arriscada talvez seja melhor não incluir na lista candidatos que estão empregados e que dependem muito de seu emprego. Candidatos com expectativa de remuneração acima da que podemos ofertar também não deveriam ser considerados. Não existe regra rígida sobre esse tema, mas devemos nos concentrar nos candidatos que aumentam a chance de sucesso do processo e evitar criar situações que resultaram em frustração.

Ao final, de posse de uma lista de finalistas, é hora de fechar os olhos e deixar que a intuição funcione novamente. Lá no fundo você tem uma preferência e deve deixar que ela seja respeitada. Pode parecer estranho o que vou dizer, mas a verdade é que a seleção final de um único candidato a partir de uma lista de pré-selecionados é, na maioria das vezes, complexa demais para nosso raciocínio lógico. Nestes casos é preciso contar com o subconsciente para fazer a melhor escolha, o que chamamos de usar a intuição.

Candidato selecionado, é hora de apoiar e avaliar nosso novo colaborador.

Um dos erros mais comuns das empresas é desamparar seus novos funcionários em demasia. Mudar de emprego é uma situação estressante por natureza e todo esforço no sentido de torná-la mais agradável é mais do que bem-vindo. Procure definir algumas ações de ambientação do novo funcionário e se coloque à disposição para ajudá-lo no que for necessário. Pequenas atitudes como essas aumentam em muito as chances de sucesso na contratação.

Outro erro grave é deixar o tempo e experiência passar sem fazer uma avaliação objetiva da contratação. Conforme comentei no início, errar durante a contratação é normal e, como todo erro, deve ser corrigido assim que detectado. Muitos executivos deixam de corrigir erros de contratação por que possuem dificuldade em reconhecer seus erros, o que é lastimável.

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PP

sábado, 22 de dezembro de 2007

Bonificação de Executivos

Olá,

Quase todas as empresas mais estruturadas optam por incentivar seus executivos com programas agressivos de bonificação baseada em resultados. É comum encontrarmos pacotes de remuneração onde a parcela variável pode superar várias vezes o montante fixo recebido, bastando para isso atingir as metas definidas pela organização.

Não tenho nada contra o conceito de bonificação por resultados. Ao contrário, gosto muito desse modelo de remuneração e realmente recomendo a todas as empresas que ainda não o adotam que pensem em maneiras de fazê-lo. No entanto, me preocupa a maneira descuidada com que as metas dos executivos são definidas na maioria das empresas e é sobre esse tema que gostaria de conversar um pouco neste artigo.

A forma mais comum de bonificar executivos de alto nível é a lucratividade da organização. Quanto mais lucrativa, mais bônus, o que parece simples e eficiente. Ocorre que existem várias maneiras de se obter lucro e, normalmente, as que geram melhores resultados de curto prazo são as que colocam a empresa em situação mais frágil no longo prazo.

Tomemos o exemplo de uma empresa de tecnologia que gasta 6% de sua receita em pesquisa e desenvolvimento e que tem uma lucratividade anual em torno de 6% ao ano, que não é muito boa para esse segmento. Para fazer essa empresa atingir uma lucratividade de 9% no curto prazo basta reduzir em 50% o investimento em pesquisa e desenvolvimento. Mas será essa uma boa estratégia para uma empresa de tecnologia?

Existem casos especiais onde um corte dessa magnitude em P&D faz sentido, principalmente se há pouca produtividade nesta área da empresa, mas normalmente esse tipo de corte implica menor capacidade de inovação e de renovação de produtos e serviços, o que no longo prazo pode simplesmente tirar uma empresa do mercado de tecnologia.

Neste caso, o resultado de remunerar baseando-se somente em lucratividade, pode ser uma gorda premiação anual para um executivo que está prejudicando a resultado de longo prazo da organização.

Cenários como o descrito acima se tornam cada vez mais comuns por conta da contratação no mercado de executivos externos, conhecidos por suas façanhas em outras organizações, que parecem ser os salvadores da pátria de algumas empresas. São profissionais contratados a peso de ouro, com planos extremamente agressivos de remuneração vinculados somente à lucratividade, que até geram resultados de curto prazo bons, mas que em 2 ou 3 anos estarão em outra empresa e não se preocupam com o resultado de longo prazo da organização.

É claro que uma empresa que possui um conselho de administração presente e responsável tem recursos para evitar que altos executivos façam o que quiserem para buscar seus bônus anuais, o problema é que nem todos os conselhos são tão presentes assim e por mais que sejam, podem ser facilmente enganados por um grupo de executivos irresponsáveis ou se iludirem com o crescimento do lucro no curto prazo.

Quando nos movemos para os níveis intermediários da organização, os sistemas de bonificação costumam piorar ainda mais. Já presenciei decisões horríveis, que beneficiavam o indivíduo em detrimento da organização. Descontos inadmissíveis para atingir metas de faturamento, sucateamento de equipamentos em bom estado para atingir metas de redução de ativo, manutenção de maus funcionários para não afetar turnover da empresa, são alguns exemplos de centenas e centenas de casos que poderia enumerar.

As políticas de gestão de indicadores e de remuneração mal feitas fazem com que decisões péssimas sejam premiadas e valorizadas, o que gera efeitos de longo prazo extremamente nocivos para a organização. Empresas com esse tipo de gestão tendem a atrair cada vez piores executivos e a afastar os executivos mais éticos e mais comprometidos com resultados verdadeiros.

Para que um sistema de remuneração variável seja bom para a empresa e para os indivíduos, é necessário que se considere a estratégia da companhia e a maneira como será medida sua condução por parte dos executivos. Devem ser elaborados indicadores que reflitam a qualidade de gestão como um todo, considerando tanto o curto quanto o longo prazo, que sejam os principais instrumentos de definição do plano de bonificação dos executivos.

O pacote de remuneração variável deve considerar pré-requisitos mínimos para que alguma bonificação seja recebida. Esses pré-requisitos devem estar associados a metas mandatórias, que caso não sejam cumpridas inviabilizam ou reduzem drasticamente o valor variável. Como exemplos, um diretor comercial deve ter metas mínimas de margem ou de taxa de pedidos honrados; um diretor de produção deve ter metas mínimas de qualidade; e assim por diante.

Adicionalmente, o pacote de remuneração deve priorizar o que é realmente importante para a organização, o que como vimos acima, NÃO PODE ser somente o lucro. Fatores como crescimento, implantação de programas estratégicos e alinhamento com a estratégia precisam estar presentes com maior peso nas remunerações variáveis.

Se você é responsável por definir programas de remuneração variável, pense nos comentários acima antes de adotar os mesmos planos de outras empresas. Acredite, a maioria das empresas possuem planos sofríveis e você pode fazer algo realmente muito melhor se dedicar o esforço e a reflexão adequada ao assunto.

Como guia geral sugiro seguir as três regras abaixo:

1) Pense na remuneração variável como um prêmio a ser pago aos executivos que executam de forma exemplar a estratégia da organização e defina suas metas a partir dessa visão;

2) Para evitar os abusos, pense nas decisões inadequadas que se tomadas poderiam ser premiadas e procure instrumentos para impedi-las de ocorrer;

3) Finalmente, pense nas ações importantes que deverão ser feitas e garanta que os executivos não sejam punidos por persegui-las.

Com essa abordagem seu plano de remuneração será muito melhor do que a média do mercado e funcionará como um verdadeiro fator de vantagem competitiva.

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PP

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Coragem para Chorar

Olá,

Sou de uma geração que repreendia muito o choro masculino por considerá-lo um sinal de fraqueza. Era um treinamento que se iniciava na tenra idade e que com o tempo se instaurava no comportamento dos adolescentes, tornando-os mais densos e amargos, incapazes de aliviar a dor de suas frustrações. Depois de adultos, a aversão ao choro se tornava tão natural que era simplesmente inaceitável ver um homem maduro derramar lágrimas.

Não tenho diploma de psicologia, nem estudei o suficiente para afirmar algo nessa área, mas sempre observei com interesse um fenômeno que percebo nos homens mais velhos de minha família e com os quais tive mais contato, mais recentemente incluindo a mim mesmo. A impressão que tenho é de que com o avançar da idade desistimos ou simplesmente não conseguimos mais seguir o treinamento que tivemos quando pequenos e vamos nos tornando verdadeiros bebês chorões.

Alguns são dissimulados e choram sozinhos, ou disfarçam o que podem para não denunciar suas lágrimas. Outros, ao contrário, são escancarados e simplesmente desabam quando são tomados pela emoção. Mas normalmente são choros fortes, carregados de muita emoção, e que demonstram uma necessidade incrível de reduzir a pressão interna que existe dentro deles.

Pois é. Parece que toda a pressão que armazenamos em nossos primeiros 30/40 anos de vida começa a ser liberada com mais e mais intensidade a partir dessa faixa de idade. E o pior é que chorar nos dá tanto alívio e paz que muitos de nós, como eu, param para refletir sobre o quanto perdemos na vida por não ter chorado mais antes.

Sei que a criação dos filhos está mudando e reconheço que os pais de hoje, e me incluo nesse grupo, procuram dar a seus filhos mais direito para chorar. Mas ainda hoje existe muita pressão nos meninos, e agora começa também a mesma pressão nas meninas, para que sejam fortes e capazes de enfrentar qualquer situação. É como se substituíssemos a pressão para não chorar pela pressão de não poder falhar.

Se você está na faixa dos 20 aos 40 anos e ainda não foi tomado pela necessidade de chorar, pense se não é hora de deixar aflorar um pouco mais suas emoções. Adiar esse momento só vai tornar mais intensa a mudança quando ela ocorrer e, pior, vai tirar de você uma oportunidade de ouro que a natureza nos deu de lidar com as pressões do dia a dia.

Faça um teste. Na próxima vez em que algo que te emociona acontecer, de preferência em um momento solitário, deixe que a emoção tome você e, se for natural, chore. Sinta o alívio de deixar sua emoção emergir e curta consigo mesmo essa sensação por alguns momentos.

Se você já foi tomado pela necessidade de chorar, não fique preocupado, pois é normal que isso ocorra. Não se sinta fraco nem derrotado. Na verdade, você está conquistando uma nova habilidade. Aproveite-a o máximo possível e seja feliz.

Um último recado para os que tem menos de 20 e leiam esse blog. O mesmo conselho vale para vocês. Chorar é bom e necessário. Nunca se esqueçam disso.

PP

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Lidando com o Desânimo

Olá,


Não tem como evitar. Por mais animado e otimista que você seja, um dia vai surgir a dúvida e a insegurança, e o desânimo vai lhe pegar em cheio. Pode ser que seja passageiro e logo você volte ao normal, mas também pode ser um processo mais longo, em que seja necessário buscar ajuda para se recuperar.


É preciso saber quando o desânimo bate a nossa porta e o que fazer para conviver com ele por um breve período e tratar de colocá-lo para fora de sua vida assim que possível. Mas de onde vem o desânimo? E como fazer para que sua companhia seja breve?


O desânimo pode ser causado por diversos fatores, sendo o nosso próprio ciclo biológico o maior causador de momentos assim. Nosso nível de energia disponível oscila naturalmente ao longo do tempo. Há dias em que estamos nas nuvens e outros em que nuvens carregadas estão sobre nossas cabeças. Essa oscilação é normal e deve ser entendida e aceita por todos nós.


No processo de oscilação de energia em nosso ciclo biológico existem dos parâmetros importantes a serem considerados. O primeiro deles é o nível básico de energia em torno do qual oscilamos, e o segundo é a amplitude de nossa oscilação. Enquanto o primeiro define nossa energia média disponível, o segundo define nossa maior ou menor estabilidade em torno desse valor.


O ideal é que o nível de energia básico seja alto, pois assim tendemos a ser muito produtivos em momentos bons, produtivos quando estamos no meio do ciclo e razoavelmente produtivos quando estamos em baixa. Isso é claro, desde que a amplitude da oscilação seja moderada.


Assim sendo, a primeira providência é trabalhar para que o seu nível de energia básico seja o mais alto possível. Para isso é desejável que se tenha uma vida saudável e ativa, com alimentação adequada, atividade física e hábitos moderados em todas as áreas da vida social.

Além disso, é importante verificar se estamos atendendo nossas necessidades de significado e de alinhamento com nossos valores. Quanto mais alinhados estivermos com nossos valores e quanto mais nos sentimos caminhando na direção de nossa missão de vida, mas energizados estaremos.

Também é importante eliminar os buracos por onde nossa energia é drenada. Pequenos assuntos não resolvidos que se acumulam, coisas velhas que não utilizamos que insistimos em guardar, relacionamentos que nos incomodam mas insistimos em manter, vícios que utilizamos para compensar necessidades não atendidas, são todos itens que drenam nossa energia. Eles diminuem nossa capacidade de produção e de nos sentirmos mais felizes.

Se nosso nível de energia for alto, ficaremos naturalmente mais imunes às oscilações. No entanto, é sempre bom lembrar que manter uma vida saudável e equilibrada faz com que a amplitude da oscilação seja menor, diminuindo a sensação de montanha russa em que uma pessoa sem equilíbrio costuma viver.

É claro que tudo o que apresentei acima depende de um equilíbrio químico em nossos organismos que algumas vezes é rompido por conta de alguma doença. Nesses casos, é preciso procurar ajuda médica para se restabelecer o equilíbrio. Nos dias de hoje existe um grande número de pessoas que sofrem de doenças sérias como depressão, distúrbio bipolar, entre outras. Para elas a recomendação é de que não tenham vergonha de assumir seu problema e buscar ajuda.

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PP

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Vaidade e Insegurança

Olá,


Um dos erros mais graves que um executivo pode cometer é centralizar demais as decisões, sobrecarregando a si mesmo e deixando sua equipe cada vez menos comprometida com os resultados. Mas o que leva profissionais preparados e experientes a cometerem um erro tão básico? Será que eles não percebem o mal que fazem a si próprios e à organização? O que é preciso fazer para não cair nessa armadilha?

Existem basicamente dois fatores que tornam um executivo centralizador.

O primeiro, e para mim o mais negativo, é a insegurança. Esse tipo de profissional duvida da capacidade de todos e prefere trazer para si a responsabilidade de decidir cada detalhe da operação. Ele sente-se inseguro em deixar que os outros decidam e acaba gerando para si uma missão simplesmente impossível. Afinal, inseguro que é, tende a adiar decisões e a buscar todo tipo de desculpa para não decidir. Quanto mais centraliza, mais paralisa a organização, o que o torna cada vez mais inseguro e centralizador. Um círculo vicioso cujos resultados são desastrosos.

O segundo, menos negativo mas também ruim para a organização, é a vaidade excessiva. Aquela que faz com que o profissional queira estar no centro de todas as atenções, sentindo-se o mais solicitado e o mais importante dos mortais. Normalmente seus resultados iniciais são impressionantes, pois possui alta capacidade de trabalho e é capaz de tomar decisões rápidas e razoavelmente precisas. Ocorre que a complexidade do ambiente e a centralização crescente ultrapassam sua capacidade de produção e ele descobre, da maneira mais dolorosa possível, que não é nem super-herói nem insubstituível.

Pois é. Dois pequenos defeitos podem se tornar um grande problema para a carreira de quem deseja ser um executivo de sucesso. E o que é pior, são comportamentos muito mais comuns do que se imagina e que estão presentes em algum grau em todos nós.

Acho que todos concordam que alguém cujo objetivo é ser um executivo de sucesso tem um pouco de vaidade, certo? Mas o que dizer da insegurança? Por que será que a insegurança também está presente?

Para o caso de executivos recém-promovidos, a explicação é relativamente fácil. Todo novo desafio gera insegurança e é natural que isso ocorra em algum grau com os mais novos. É por isso que novos gerentes tendem a ser mais centralizadores e aos poucos, conforme a auto-confiança se estabeleça, modifiquem seu comportamento e sejam mais delegadores.

A coisa complica quando falamos de executivos mais experientes. Sinceramente não tenho uma resposta definitiva para essa pergunta, mas já presenciei vários executivos de sucesso se tornarem extremamente inseguros e centralizadores com o passar do tempo, o que é muito triste.

É como se o sucesso acumulado deles fosse transformando a antiga certeza de vitória em medo do fracasso. Ou como se eles não conseguissem mais comemorar os sucessos, preferindo dar foco total aos fracassos. Eles se transformam em executivos inseguros, que não confiam em ninguém, e que se tornam centralizadores e procrastinadores até que alguém tome a decisão de aposentá-los.

Se você não quer ser centralizador, observe sua vaidade e insegurança. Não se preocupe em tê-las em níveis normais. Elas o ajudam respectivamente a manter e a questionar sua auto-confiança, o que é muito importante. Mas fique alerta para os excessos e evite entrar no mundo dos executivos centralizadores. O preço pode ser muito alto.

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PP

domingo, 16 de dezembro de 2007

Autoridade versus Responsabilidade

Olá,

Segundo a Wikipedia, responsabilidade é a obrigação por responder por suas próprias ações, enquanto autoridade é um gênero ou uma simples fonte de poder. Se por um lado a autoridade propicia condições para que as decisões e ações possam ser tomadas, é a responsabilidade que cria movimento e que faz com que as coisas realmente aconteçam.

É alarmante a quantidade de executivos que apesar de possuírem autoridade, se colocam em posição de não serem responsáveis por determinado assunto. Olhe em torno de sua empresa e veja quantos problemas estão pendentes há meses, ou mesmo anos, por que as pessoas que possuem autoridade simplesmente se omitem e postergam suas decisões.

Outro problema comum é achar que o fato de não se ter autoridade signifca não ser responsável por algo. Esse tipo de atitude faz com que as organizações dependam totalmente da hierarquia formal, como se as pessoas abdicassem do seu direito de influenciar os outros e de agir por conta própria. Isso faz com que o compromisso de cada um seja definido apenas pelos limites do formalismo hierárquico, o que cria uma organização fragmentada e com pouca capacidade de criação e de reação.

O problema só não é pior por que vários executivos, apesar de não terem autoridade, sentem-se responsáveis pelos problemas e continuam em busca de soluções alternativas. São profissionais incansáveis, que mesmo sob condições desfavoráveis, e muitas vezes sem qualquer autoridade formal, influenciam e motivam as pessoas na direção de enfrentar as dificuldades e resolver as pendências que surgem.

É triste vermos organizações fazendo um grande esforço para reprimir profissionais que insistem em serem responsáveis, apesar de não terem autoridade formal sobre determinado assunto. Elas entendem que esse tipo de iniciativa questiona a autoridade e deve ser banida, o que me parece um grande erro, e o resultado é uma organização cada vez menos criativa e questionadora, que perpetua idéias antigas e comportamentos do passado.

É claro que a autoridade deve ser respeitada, mas é preciso que a responsabilidade ganhe mais espaço dentro das organizações. As pessoas devem ser incentivadas a serem responsáveis por todos os assuntos que direta ou indiretamente afetem seu desempenho e a manifestarem suas opiniões e idéias, mesmo que isso signifique questionar decisões tomadas pelas pessoas que possuem autoridade.

Se sua organização está sendo guiada mais pela autoridade do que pela responsabilidade, é hora de repensar a forma de administrá-la. Pense em maneiras de equilibrar essas duas forças, ou você irá presenciar uma grande fuga de talentos e um engessamento crescente das idéias e dos comportamentos.

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PP

sábado, 15 de dezembro de 2007

Vítima ou Protagonista

Olá,

Se perguntarmos a qualquer executivo qual dos dois papéis acima prefere exercer, é certo que a resposta ouvida será o de protagonista. Se a pergunta for sobre qual o comportamento que esse executivo exerce na maioria da vezes, novamente a resposta tenderá para o comportamento de protagonista. No entanto, quando avaliamos a atitude de muitos executivos perante as dificuldades do dia a dia, percebemos que o papel de vítima é muito mais utilizado do que se imagina no mundo corporativo.

A verdade é que ser vítima possui benefícios de curto prazo que tornam esse papel muito mais confortável do que o papel de protagonista, principalmente quando enfrentamos situações de fracasso. É por isso que as pessoas preferem instintivamente a posição de vítimas nessas situações.

Tomemos o exemplo de um executivo que falha em sua missão de aumentar o faturamento da empresa em determinado ano. É muito mais confortável atribuir esse fato a problemas econômicos ou à loucura da concorrência, do que reconhecer que suas decisões não foram as mais adequadas ou que seu desempenho pessoal foi abaixo do desejado. No fracasso é mais fácil ser vítima do que protagonista.
Ao mesmo tempo, em um ano de sucesso é muito mais agradável se vangloriar de suas proezas como executivo do que reconhecer que economia foi melhor do que o planejado e a concorrência cometeu erros que não eram previstos. Em momentos de sucesso, todos querem ser protagonistas.

Na maioria das situações os fracassos e sucessos são apenas parciais, o que mascara ainda mais a postura "vitimista" dos executivos. Nesses momentos, a tendência é que as pessoas enfatizem suas vitórias, enaltecendo suas decisões e comportamentos corretos, e diminuam suas derrotas, buscando justificativas externas para elas. A impressão de quem ouve de fora é de que estamos falando com alguém que sabe reconhecer os sucessos e fracassos, e a incapacidade de se responsabilizar na MEDIDA CERTA por cada dos dois opostos passa desapercebida.

Em qualquer evento é preciso reconhecer que existem condições que estão sob controle e outras que simplesmente acontecem, independente de nossa vontade. Sobre o segundo grupo, o máximo que podemos fazer é prever a possibilidade de sua ocorrência mas isso nem sempre é fácil. Sobre o primeiro devemos assumir a responsabilidade e agir conforme a necessidade.

Um executivo protagonista tem a habilidade de analisar os eventos de forma distante e neutra. Reconhecer os fatores sobre os quais possui controle, agindo sobre os mesmos; e os que estão fora de controle e deverão ser observados para, na medida do possível, serem neutralizados ou potencializados. Sua atitude é de assumir sua parte da responsabilidade por cada evento, ao mesmo tempo aceitando que não é capaz de controlar todas as variáveis e de que nem todo sucesso depende de suas habilidades.

Ser vítima, ao contrário, é abrir mão de forma seletiva sobre sua parte da responsabilidade pelos eventos. Um executivo vítima valorizar demais sua responsabilidade pelos sucessos e terceiriza a responsabilidade pelos fracassos.
É muito comum encontrarmos executivos de alto nível fazendo várias críticas a outras pessoas que o impedem de fazer as coisas como deveriam ser feitas, ou que fazem coisas que prejudicam sua performance e da organização. Ao mesmo tempo, são relativamente raros os momentos em que esses mesmos executivos avaliam suas falhas ou reforçam sua responsabilidade sobre os fatos negativos. Não tenho dúvida que esses executivos estão assumindo o papel de vítimas e deveriam repensar seus comportamentos.

Procure avaliar sua atitude perante as dificuldades e reflita sobre o seu grau de responsabilidade sobre eles. Se sua avaliação for de que possui pouca responsabilidade sobre as coisas que acontecem, talvez seja hora de repensar seu comportamento.

Um última dica. Se preocupe com o seu grau de vitimização e esqueça o dos outros. Você não tem como controlar o comportamento dos outros mas tem obrigação de fazê-lo consigo mesmo.

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PP

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Estilos de Negociação

Olá,


O processo de negociação é parte de nossas vidas, mesmo que nunca tenhamos atuado como executivos. Negociamos o tempo todo, com diversas pessoas, e por diversos motivos. Não há como conviver em sociedade sem que se tenha um mínimo de habilidade para negociar e para isso é necessário observar alguns fundamentos básicos.


A primeira coisa a saber é quais são os estilos de negociação que estão presentes em cada lado da mesa. Duas pessoas competitivas levarão a negociação por um caminho muito diferente de uma negociação feita entre duas pessoas mais flexíveis ou de um par composto por uma pessoa flexível e uma mais competitiva. A dança da negociação será diferente e exigirá estratégias diferentes dependendo de quem está do outro lado da mesa.

Segundo Richard Shell, em seu livro Negociar é Preciso, o estilo de negociação está diretamente relacionado com a forma como as pessoas lidam com o conflito.

Uma pessoa que prefere evitar o conflito tem tendência a evitar negociações ou abreviá-las, cedendo rapidamente. Por outro lado, uma pessoa que adora o conflito tende a ser muito competitiva, buscando sempre vantagem. Pessoas que preferem buscar soluções de consenso para os conflitos, surgem normalmente com formas criativas de fazer com que todos ganhem, mesmo em situações difíceis de negociação.

É claro que ninguém é totalmente competitivo ou colaborador. Todos somos uma mistura de estilos e o que varia é a intensidade com que cada comportamento ocorre. Também é bom lembrar que o estilo de negociação pode variar drasticamente dependendo do valor e dos riscos envolvidos com a negociação. Quanto maiores forem os riscos, mais próximos de um dos pólos, tendemos a ficar.

Saber reconhecer seu próprio estilo predominante e o estilo da outra parte, ajudará a conduzir melhor a negociação e aumentará as chances de sucesso para ambos. Um erro comum nos negociadores iniciantes é considerar que a outra parte pensa da mesma maneira que eles mesmos. Esse tipo de pensamento, leva a interpretações erradas que podem simplesmente destruir uma negociação.

Tomemos um exemplo de um negociador competitivo que enfrenta uma pessoa colaboradora em determinada negociação.

A cada pedido do negociador competitivo haverá uma tendência à concordância por parte do colaborador, o que para o primeiro irá soar como grande margem de negociação. Afinal, para ele ninguém é capaz de concordar com uma exigência, a não ser que tenha uma margem de manobra muito alta. Consequentemente, ele irá pressionar e pressionar, até que a outra parte demonstre mais resistência, sinal de que a margem de manobra foi reduzida.

Por outro lado, a cada rodada de solicitações o negociador colaborador irá sentir-se mais frustrado. Ele não entende por que sua colaboração parece não ser reconhecida e acaba sendo retribuída com exigências maiores e maiores.

O resultado desse tipo de negociação tende a ser muito ruim para a pessoa mais flexível, mas não garante sucesso ao negociador competitivo. O desequilíbrio pode ser tão forte que leva ao rompimento do relacionamento. Tanto a pessoa colaboradora, por sentir-se maltratada, pode desistir do negócio; quanto a pessoa competitiva pode sentir-se enganado por alguém que é capaz de apresentar uma proposta inicial tão "ultrajante" e depois reduzi-la tão rapidamente.

Negociar é uma dança. Um precisa do outro para ter sucesso e a melhor maneira de tornar essa dança harmoniosa é respeitar os movimentos da outra parte. Se uma parte colabora, talvez seja hora da outra colaborar um pouco. Se uma parte endurece a posição, é importante que se seja firme, mesmo que para colaborar. Se alguém sugere uma solução de consenso, é importante considerá-la e aperfeiçoá-la.

Muitas pessoas me perguntam se é melhor ser mais competitivo ou mais colaborador. Vários estudos demonstram que o estilo colaborador, sem ser passivo em demasia, é mais efetivo do que o estilo puramente competitivo. As pessoas preferem negociar com alguém que demonstre respeito pelos interesses da outra parte, o que uma pessoa colaboradora faz com mais naturalidade.

Na próxima vez que você estiver em uma mesa de negociação, avalie o estilo da outra parte e confronte com o seu. A partir dessa avaliação procure interpretar cada movimento de seu oponente sob a ótica dele e reaja sempre de maneira a buscar seus objetivos, sempre respeitando os interesses e o estilo da outra parte. Assim como na dança, aos poucos esse processo vai se tornando natural e você será cada vez mais hábil na dança da negociação.

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PP


Negociar o passeio de final de ano com a família, o valor da casa nova com o vendedor ou a mesada dos filhos que crescem pode ser tão desafiante quanto um contrato de vários milhões de dólares, tudo depende do estilo de negociação de quem está envolvido. Portanto,

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Como ser um grande executivo?

Olá,

Algumas pessoas me perguntam que tipo de cursos devem fazer para ser um grande executivo no futuro. Trata-se de uma pergunta realmente difícil e não tenho como respondê-la com uma lista que sirva a qualquer pessoa.

A todos que possuem essa dúvida, meu conselho é de que procurem se especializar em algo que gostem de estudar. Não importa muito qual seja a área escolhida. Existem grandes executivos provenientes de todas as áreas de atuação e em todos os campos do conhecimento. O importante é que você domine o conhecimento necessário para a sua profissão.

Mas treinamentos e cursos não são suficientes para ser um bom executivo. Existem outros ingredientes importantes que não devem faltar.

Primeiro, é necessária dedicação a seus objetivos e disponibilidade para enfrentar novos desafios. É essa vontade de buscar sempre coisas novas que faz com que as pessoas cresçam em suas carreiras.

Outro componente importante é a disciplina em seguir seus valores e princípios. Um grande executivo deve ser justo, transparente e honesto, mantendo sempre sua integridade. Não existe sucesso perene quando são utilizados recursos não corretos para se conseguir objetivos.

Autenticidade e real interesse pelas outras pessoas também ajudam muito. Assim como na socieda, no mundo executivo também vale a máxima de que é dando que se recebe. Aquele que ajuda os outros a terem sucesso em suas carreiras recebe muito mais apoio do que o egoísta e invejoso, que só pensa em si mesmo.

No mais, o que importa é trabalhar bastante e não se preocupar demais com o objetivo final. Com o tempo a gente aprende que se o caminho está correto, o destino uma dia chegará. Pode demorar um pouco, mas ele chegará.

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PP

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Falando em Público

Olá,

Não basta ser competente tecnicamente para se ter sucesso. É importante saber se comunicar, ouvindo ativamente e vendendo bem suas idéias.

Ter habilidade de falar um público não é mandatório na carreira de um executivo. Conheço vários profissionais de muito sucesso que odeiam falar perante uma platéia e fazem de tudo para não serem escalados para uma apresentação.

Apesar de não ser mandatório, saber se apresentar em público com fluidez e objetividade é uma habilidade que ajuda muito no crescimento profissional. Não importa se o público é um pequeno grupo de diretores de sua empresa ou uma platéia com milhares de pessoas, saber transmitir o seu recado de forma interativa e amistosa faz muita diferença.

Muitas pessoas possuem medo de falar em público e se dizem incapazes de fazê-lo. Talvez algumas delas tenham realmente muita dificuldade e lhes reste se contentar em transitar nos bastidores dos projeto, mas gostaria de utilizar esse espaço para contar-lhes uma história que talvez ajude-os a vencer esse desafio.

Nos últimos 20 anos trabalhei nas áreas de vendas e marketing no segmento de tecnologia. Como minha origem é técnica, domino razoavelmente bem o conteúdo das soluções que vendo e posso falar praticamente de qualquer coisa em minha área de atuação.

Minha disposição para apresentar em público é tão grande que já recebi apelidos como "o rei do microfone", "doutor sabe tudo" e "apresentador oficial de qualquer coisa". Brincadeiras a parte, o fato é que sempre que é necessário fazer uma apresentação importante, meu nome é lembrado, o que me fez ser conhecido pelo mercado como uma referências nas áreas que atuei.

Lendo os dois parágrafos anteriores você deve estar pensando que sou uma pessoa extrovertida, gosta de multidões e tem muita facilidade para se relacionar, daquele que vive procurando festas e reuniões para participar. Pois é, sou justamente o oposto.

É claro que gosto de estar com as pessoas e até aprendi ao longo do tempo a iniciar relacionamentos e a participar de algumas festas, mas confesso que não é a minha maior habilidade. Ocorre que na profissão que escolhi, estar em contato com pessoas novas não é uma opção, mas um dever, e eu precisei aprender a me soltar e a me comunicar com mais desenvoltura.

Uma pessoa que assista a uma de minhas palestras ou treinamentos e me veja performando de maneira solta e articulada, não faz idéia que essa mesma pessoa aos vinte anos tinha vergonha de entrar em um bar e perguntar o preço de um sanduiche ou de um refrigerante. Também não imagina que esta mesma pessoa colocava as mãos no bolso em suas primeiras apresentações para que a audiência não notasse a tremedeira compulsiva por que passava durante toda a sessão.

Qual o segredo dessa mudança? Vou resumir em três passos que recomendo aplicar em suas próprias vidas.

1) Querer de verdade ser alguma coisa ==> Eu sempre quis trabalhar com gente, muita gente, é não seria possível fazê-lo sem vencer meus próprios obstáculos. Sempre digo a meus subordinados que devemos nos esforçar a ser o que ainda não somos e queremos ser, pois o que já somos, seremos naturalmente.

2) Persistir até conseguir ==> Não importa que dê errado as primeiras vezes, com o tempo as coisas vão se tornando naturais. É o mesmo processo de andar de bicicleta, aprender a surfar ou qualquer outra atividade especializada. Se você não persistir, provavelmente vai desistir antes de aprender. Se ao contrário, souber persistir, mais cedo ou mais tarde vai aprender.

3) Se visualizar conseguindo ==> Pode parecer um conselho sem sentido, mas acho que vale a pena tentar. Antes de qualquer situação em que suas habilidades sejam colocadas a prova, procure se imaginar tendo sucesso nessa posição. Imagine o cenário e se veja atuando de forma ideal e sendo reconhecido por sua performance. Comemore sua vitória e diga para si mesmo que tudo vai dar certo.

4) Se preparar para cada batalha ==> Nada se consegue sem planejamento e estudo. Por mais que você seja desorganizado, reserve um tempo para se preparar antes de cada desafio. O tempo utilizado vai ser mais do que compensado, vai fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso.

Não tenha medo de tentar. Você vai ver que depois de algum tempo falar em público vai parecer tão natural quanto andar de bicicleta.

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PP

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Viajar é Preciso

Olá,

As organizações estão ampliando suas fronteiras e as pressões por redução de custos faz com que os executivos tenham áreas geográficas de atuação cada vez maiores. Não importa se sua empresa é nacional ou multinacional, as viagens de negócio são inevitáveis e cada vez mais freqüentes, o que representa um grande sacrifício para a maioria dos executivos.

Há alguns anos atrás os gerentes de nível intermediário eram os que mais viajavam. Passavam os meses de aeroporto em aeroporto, tendo pouco tempo para dedicar a sua vida pessoal, mas aproveitando para aprender muito, conhecer novos lugares e culturas, e demonstrar sua vontade de crescer na organização. Era puxado e afetava o relacionamento desses gerentes com suas famílias, mas se tudo desse certo, as promoções viriam e com elas uma quantidade menor de viagens e mais tempo para dedicar à família.

Hoje o cenário mudou drasticamente. Quanto mais subimos na organização, maiores são nossas áreas de atuação, e viagens mais longas e mais freqüentes tomam completamente nossas agendas. São comuns exemplos de executivos seniores que passam mais de 200 dias em viagens de negócios, o que sinceramente me parece uma insanidade.

É importante refletir um pouco sobre essa realidade e entender os reflexos que ela causa na vida desses profissionais. Muitos casamentos e famílias são destruídos por esse novo estilo de vida e essa conta é paga principalmente por eles próprios e por suas famílias.

Não é por acaso que a maioria dos altos executivos se declaram infelizes apesar do sucesso profissional. Eles estão sendo escravizados pelo caminho de sucesso que escolheram, pagando um preço muitas vezes superior aos benefícios que buscavam. O aparente sucesso de suas carreiras esconde um grande fracasso de seus planos iniciais de vida, o que não deveria acontecer com pessoas tão brilhantes.

A coisa fica ainda pior quando nos damos conta que cada vez é mais freqüente a configuração de família em que os dois conjugues são executivos. Salvo raríssimas exceções, não há família que resista a esse tipo de arranjo e a chance de encontrarmos filhos órfãos de pais vivos neste tipo de família é enorme.

Todos sabemos que as empresas continuarão a ampliar suas fronteiras e que as viagens, apesar de poderem em alguns casos serem substituídas, continuaram a existir. Mas como lidar com os efeitos dessa realidade e o que podemos fazer para reduzí-los é uma questão que teremos que resolver em breve.

Meu objetivo é escrever um artigo sobre sugestões de como endereçar esse problema. Se você tiver sugestões, por favor, me envie seus comentários. É partir deles que construirei esse novo texto.

PP

sábado, 8 de dezembro de 2007

Quando é hora de partir

Olá,

Mais cedo ou mais tarde você vai ter que encarar o momento de partir de sua organização. Pode ocorrer de repente ou ir amadurecendo aos poucos, por sua decisão ou por decisão da empresa, mas é certo que um dia seu ciclo irá terminar e é bom estar preparado para esse momento.

A mais dura das partidas ocorre quando você sente que está abrindo mão do que realmente gosta por não suportar mais alguma coisa que lhe faz muito mal. Enfrentei essa situação duas vezes em minha vida profissional e posso garantir que não é a experiência mais agradável do mundo.

Esse tipo de partida amadurece aos poucos e apesar de gerar dor e tristeza, é sinal de crescimento. Partir dessa forma significa se desapegar de suas próprias realizações e ter coragem de recomeçar; de aprender coisas novas; e de buscar novos relacionamentos.

Não importa se a motivação foi se afastar de algo ruim ou simplesmente buscar o novo, o que importa é que algo de se orgulhar foi realizado e a oportunidade de repetir esse ciclo em outro ambiente está colocada. Procure não guardar mágoas e mantenha os relacionamentos que você conquistou ao longo de sua estada. Eles são seu patrimônio, do qual você deve zelar como faz com seu dinheiro.

Evite ficar remoendo o passado e procure se manter afastado da organização anterior por um tempo. Reagir ao afastamento aumenta o apego ao passado e retira energia do presente, necessária para construir o futuro.

Outra partida difícil ocorre quando a iniciativa parte da organização, em um momento em que não esperamos que aconteça. De um dia para outro somos forçados a arrumar nossos pertences e sair para não mais voltar, muitas vezes sem entender porque.

Não é fácil se preparar para esse tipo de situação, mas se acontecer é preciso reagir de maneira positiva, aprendendo algo para o futuro. Aproveite para refletir sobre o que fez a empresa tomar essa decisão. Procure não acumular mágoa e tente transformar sua tristeza e ressentimento em aprendizado. Se for útil para você, utilize o guia de pensamento abaixo:

- Se você acha que foi demitido por que seu desempenho não foi satisfatório, pense em como ser mais produtivo na próxima oportunidade. Avalie se você estava na posição adequada ao seu perfil e procure se preparar melhor para o próximo desafio.

- Se você acha que foi demitido por conta de seus comportamentos ou atitudes, sejam eles quais forem, avalie o que você ganha ou perde com isso. Procure considerar o impacto não só no trabalho mas também em sua vida pessoal. Se você acha que ganha mais do que perde, procure um lugar onde as pessoas valorizem esse tipo de comportamento ou atitude. Se a conclusão for outra, procure modificá-los e evite que essa situação se repita no futuro.

- Se você acha que foi demitido injustamente, antes de mais nada tente buscar um motivo justo para que você tenha sido demitido. Se mesmo assim não encontrar, esqueça o que passou e vá em frente. Provavelmente você foi mesmo demitido injustamente, tendo tudo para dar certo na próxima empreitada. Mas cuidado ! Se a situação se repetir mais de duas vezes, e ainda assim você acha que continua sendo demitido injustamente, é hora de procurar ajuda de um terapeuta ou de um profissional de coaching.

- Se você foi demitido por razões que fogem ao seu controle, como redução de custos ou renovação de quadro, reavalie sua carreira. Por algum motivo, seu valor já não é o mesmo de antigamente e talvez seja hora de se reciclar. A não ser em casos especiais como o fechamento de unidades ou empresas, aceite que as pessoas que ficaram estavam mais preparadas que você. Procure preservar sua auto-estima, mas pense no que pode fazer para melhorar sua avaliação.

Seja qual for o motivo de sua partida, se concentre na próxima jornada e procure deixar para trás o passado. Leve consigo somente as lembranças boas e os amigos que você conquistou. Lembre-se que o mais importante de qualquer viagem é a própria jornada, e não o destino final.

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PP

Líderes Solitários

Olá,

Hoje gostaria de falar sobre o excesso de solidão que o sistema recomenda aos líderes.

Durante toda minha carreira ouvi a expressão "o poder é solitário" e fui orientado várias vezes a manter o sigilo sobre fatos, pensamentos e planos que impactavam a organização e as pessoas.

Algumas vezes segui os conselhos e guardei para mim o peso e a dúvida de como reagir ou proceder face a determinadas situações. Em outros momentos, transgredi um pouco e procurei compartilhar com pessoas de confiança minhas dúvidas e desconfortos, discutindo mais abertamente minhas idéias e intenções e buscando validar minhas teorias. O balanço desses momentos de solidão completa e de compartilhamento controlado não me deixam dúvida sobre as vantagens de compartilhar.

Compartilhando seus pensamentos e percepções, você tem a oportunidade de refletir em voz alta, de validar ou reformar suas idéias e de testar seu raciocínio. Além disso, compartilhar suas angústias e temores provoca um grande alívio e ajuda a recompor suas energias. Por último, é uma demonstração de respeito e confiança que na grande maioria das vezes será retribuída com admiração, colaboração e lealdade.

Não estou advogando a postura tagarela e descontrolada, contando tudo e a todos, mas sim o compartilhamento de suas dúvidas, desconfortos, receios e idéias com pessoas da organização que sejam de confiança e que possam ajudá-lo a refletir e a elaborar melhor suas percepções.

Apesar de ser um conselho comum aos líderes, sinceramente não creio que o isolamento e o sigilo absoluto seja a melhor maneira de encarar os grandes problemas. Afinal, diz um ditado popular que duas cabeças pensam melhor do que uma.

Se você estiver em alguma situação crítica, pense na possibilidade de tentar esse novo caminho e compare os resultados com a opção do isolamento. Em minha experiênca pessoal, os resultados serão melhores.

Se você tem experiências a compartilhar comigo sobre esse tema, por favor me envie um e-mail no endereço paulo.pinho@uol.com.br. Estou muito interessado em aprofundar minha análise sobre esse tema.

PP

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Equipes de Alta Performance

Olá,

Trabalho em equipe é um conceito muito utilizado nos discursos internos das empresas mas mal compreendido e aplicado na maioria das vezes.

É comum vermos grupos de pessoas forçadas a trabalhar umas com as outras, gerando mais entropia do que trabalho, e chegando a um resultado final por conta do esforço concentrado de poucos. Definitivamente não podemos chamar isso de uma equipe de alta performance.

Também é comum encontrarmos grupos de pessoas liderados por gerentes definidores, que distribuem tarefas a cada membro do grupo, monitoram o andamento das tarefas e coordenam ações que corrijam desvios que comprometam os objetivos do grupo. Apesar de mais eficiente do que o primeiro caso, sendo um modelo válido para vários tipos de projetos, esse modo de trabalhar também não deve ser chamado de trabalho em equipe.

Para se ter uma equipe de alta performance é necessário que se tenha pessoas com competências complementares, que se alinham em torno de um objetivo comum e compartilham a responsabilidade e a execução das tarefas para atingir esse objetivo.

Na definição acima coloquei em destaque três pontos que me parecem os mais relevantes para identificar o real trabalho em equipe e que gostaria de detalhar um pouco mais.

Primeiro é preciso que haja complementariedade de conhecimento e de habilidades. Um grupo de pessoas com as mesmas habilidades, fazendo basicamente o mesmo, não significa trabalhar em equipe, mas em paralelo. Uma equipe é criada para buscar o desenvolvimento de algo que um único indivíduo não seria capaz de criar.

No desenvolvimento de um novo carro, por exemplo, é preciso aglutinar conhecimentos de diversas origens diferentes. São necessários conhecimentos de materiais, de mecânica, de eletrônica, de design, de normas de segurança, de marketing, de fabricação, entre outros. Sem que ocorra verdadeiro trabalho em equipe, um novo modelo de carro jamais seria lançado.

O segundo passo é ter um objetivo comum, sem o qual as pessoas perdem produtividade ou se lançam cada uma em seu projeto individual. Ter um grupo de pessoas brilhantes e motivadas sem que sejam definidos objetivos claros pode ser muito ineficiente e desgastante.

De certa forma, toda equipe recém-formada passa por um período onde não existe objetivo comum. É um momento de grande confusão, onde alguns simplesmente não sabem por que estão ali, enquanto outros pensam saber mas não conseguem chegar a um acordo. A liderança tem papel fundamental na definição e na divulgação do objetivo, sendo responsável por garantir que TODOS se alinhem em torno de um objetivo comum.

Definido o objetivo, começa a parte mais difícil, que é definir a forma como as tarefas serão feitas e quem será responsável por cada parte. Diferente no modelo citado acima, a forma não é imposta mas obtida a partir da discussão e da busca do consenso. Observar uma equipe neste momento nos faz compreender porque as guerras existem. Todos querem o mesmo objetivo mas cada um prefere um determinado caminho e o processo de negociação pela melhor maneira de fazer as coisas é muitas vezes demorado e doloroso.

A liderança muda de papel e passa a ser um facilitador de exposição de idéias, de esclarecimento de posições e de resolução de conflitos. Isso ocorre por que o conhecimento específico está distribuído em cada elemento da equipe e é preciso fazer com que todos participem, se façam compreender e se compreendam uns aos outros.

Quando os três componentes acima estão presente, temos o que chamamos de uma equipe de alta performance, e os resultados são impressionantes.

Você tem dúvida que seja assim? Então procure olhar em torno e procure avaliar as equipes das quais você faz parte ou que existem em sua organização ou fora dela. Verifique se os componentes acima estão presentes e avalie em que grau. Compare a aderência de cada equipe aos fatores acima com a performance das mesmas. Você vai constatar que as equipes de alta performance produzem resultados realmente surpreendentes.

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PP

Família e Trabalho

Olá,

O tema família e trabalho é o calcanhar de Aquiles da maioria dos executivos bem sucedidos que conheço. Quase a totalidade deles sente que está devendo mais atenção a suas famílias e gostariam de ter mais tempo para si e para aqueles que amam.

É um paradoxo cruel, mas ao mesmo tempo que trabalhamos e buscamos o sucesso em nome de nossas famílias, tornamos o relacionamento mais distante e frágil. Se por um lado nosso trabalho traz conforto material, por outro nos afasta do dia a dia da família e pode nos tornar verdadeiros estranhos em nossas próprias casas.

Não vou simplificar essa equação pois vivi na pele a angústia que relato acima. Sei o quanto é difícil resolver a questão e prefiro reforçar alguns pontos que ajudarão o leitor a refletir e buscar seu próprio caminho.

Se você está vivendo o dilema trabalho ou família, considere os seguintes pontos:

1 - Qual o objetivo mais importante em sua vida, o sucesso na carreira ou a convivência com sua família?

2 - Será que é realmente necessário dedicar tanto tempo ao trabalho? Não dá para reservar uma parte do tempo para outras coisas que você aprecia?

3 - Por que ficar até tarde conversando sobre fofocas e temas pequenos em vez de ir para casa mais cedo? Será que não existem problemas em casa a serem resolvidos para que você prefira ir para casa a perder seu tempo no trabalho?

4 - Quando você está em casa, está realmente se dedicando a família ou simplesmente trabalhando em outro lugar? Você realmente gosta de ficar com a família? Se não, o que está errado?

5 - A empresa onde você trabalha o manteria no cargo se você não atingisse seguidamente seus objetivos? Você espera que sua parceira e seus filhos o tratem de maneira diferente? Por que?

6 - Pense em quantas horas de trabalho a menos você deveria ter para dobrar o número de horas que fica ACORDADO com sua família. Você vai se surpreender com essa conta.

Ao final da reflexão, procure pensar em coisas simples que possam melhorar sua relação trabalho e família. Algumas dicas que posso dar são as seguintes:

0 - Pense nas frustrações e dificuldades familiares que o fazem preferir estar no trabalho a conviver com a família e procure resolvê-las. Sem isso, você vai ter muita dificuldade em mudar.

1 - Não deixe de tirar férias e de dedicá-las ao convívio com sua família. Lembre-se que férias e um direito seu e um dever da empresa.

2 - Procure definir um horário limite para sair do trabalho e esqueça quantas pessoas estão em volta no momento em que você sair e que poderão criticá-lo por sair mais cedo. O horário de saída não tem correspondência direta com o desempenho.

3 - Reserve os finais de semana para a família. Evite acessar seu e-mail, mas se for realmente necessário, faça-o nos momentos em que a família não está em torno de você.

4 - Delegue as tarefas que podem ser delegadas. Assuma somente as tarefas que são possíveis de serem realizadas no horário planejado de trabalho.

5 - Evite longas conversas no trabalho que não levam a nada. Fofocas, reclamações em fim, todas elas roubam nosso tempo e em nada ajudam a melhorar o ambiente de trabalho. Utilize parte do tempo preservado para dedicar a sua família.

5 - Não se escravize pelo objetivo de acumular dinheiro. Só faz sentido acumular se for possível utilizar esse recurso para nossos objetivos.

6 - Em vez de presentes e regalias, procure dar carinho e atenção a seus familiares. Eles vão dar muito mais valor a esse tipo de benefício.

7 - Sempre que falhar nos itens anteriores, tenha certeza de que vai se perdoar. Lembre-se que o seu maior objetivo é ser feliz. Se culpar por ter falhado, o afasta desse objetivo e, no longo prazo, diminui sua capacidade de fazer os outros felizes.

Chega de dicas. É você que tem que encontrar o seu próprio caminho.

PP

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A importância da Humildade

Olá,

Hoje gostaria de escrever para você que é bem sucedido e que tem se destacado em sua carreira. É bem provável que, como outros executivos de sucesso, você tenha perdido parte de sua humildade inicial e, consequentemente, da capacidade de ouvir os outros ativamente.

É fundamental lembrar que o sucesso não é garantido nem eterno e que, por mais competência que tenha, você não é infalível. Estar atento às pessoas que lhe admiram e dar espaço para que elas manifestem suas preocupações e conselhos, vai ajudar a evitar perdas maiores quando essa hora acontecer.

Não há nada de errado em ser auto-confiante e em acreditar na sua capacidade de vencer desafios, mas é preciso reconhecer que nem sempre as coisas acontecem como queremos ou planejamos. É nessa hora que identificamos os profissionais arrogantes de sucesso efêmero e os humildes de sucesso consistente.

Para os primeiros a derrota é rapidamente atribuída a terceiros, como se sua pretensa perfeição os impedisse de falhar. Eles não conseguem admitir suas falhas e preferem assumir o papel de vítimas da incompetência alheia. A arrogância não os permite reconhecer que pelo menos parte da responsabilidade pelo fracasso é deles mesmos.

Para os últimos, a derrota é uma oportunidade de aprendizado. Eles reconhecem que não foram capazes de prever todos os riscos do processo. Aceitam sua parte de responsabilidade pelo fracasso e ajudam aos outros a entenderem as suas. Curam suas próprias feridas e do time com dignidade e coragem, acreditando que podem fazer melhor da próxima vez. A humildade faz com que eles aprendam com os seus próprios erros.

A diferença entre esses profissionais? A humildade de reconhecer que não são infalíveis e de que o sucesso e o fracasso nunca dependem somente de uma pessoa.

Reflita um pouco sobre suas atitudes recentes e veja quanto de cada lado você tem hoje comparado com o início de sua carreira. Se a arrogância está ocupando espaço no seu comportamento, é hora de começar a treinar sua humildade. Acredite, você vai gostar

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PP

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Controle Emocional

Olá,

Muito se fala sobre a importância de termos controle sobre nossas emoções. Como se fosse fácil interromper ou alterar em poucos segundos a composição da inundação bioquímica que dispara as emoções mais fortes em nossas vidas.

É verdade que temos algum controle sobre nossas emoções. Se sabemos que determinada situação nos deixa com raiva ou tristes, podemos nos afastar desse tipo de ocorrência e evitar que a emoção venha. Mas uma vez que estejamos imersos no ambiente que dispara a emoção, nossa habilidade de evitá-la é muito limitada e não há nada de errado nisso.

Somente com muita reflexão e auto-conhecimento, processos que são longos e que normalmente demandam a ajuda de um terapeuta ou de um coach, é que conseguimos desconstruir alguns dos gatilhos que disparam as emoções e torná-las mais amenas.

Se por um lado é difícil controlar a ocorrência das emoções, por outro lado somos responsáveis por nossas ações sob a influência das mesmas. Sentir raiva deve ser considerado normal até certo ponto, principalmente quando estamos em situações muito adversas, mas é preciso manter a racionalidade e não deixar que a raiva nos coloque no modo automático de reação.

Uma boa forma de lidar com esse tema é refletir sobre as conseqüências de nossos comportamentos sempre que a emoção aflora e nos deixa fora de controle. Uma pergunta poderosa a ser feita para si mesmo é o que perdemos ou ganhamos por ter reagido de determinada maneira, e como poderia ter sido o desenrolar da estória caso nosso comportamento fosse diferente.

O exercício de refletir em cada passagem, e de reconhecer os impactos que nossas ações e atitudes causam no ambiente, aumenta nossa capacidade de utilizar as emoções de maneira mais produtiva ou, em algumas situações, de forma menos negativa.

Na próxima vez que você notar que a emoção está impactando seus objetivos, pense menos em controlá-la e mais em como fazer com que suas ações sejam positivas. A própria sensação de estar com o controle da situação, vai ajudar a fazer com que as emoções pareçam mais controladas.

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PP

Pontualidade

Olá,

A cultura brasileira não valoriza muito a pontualidade e ainda é comum vermos horários de eventos e reuniões serem definidos já considerando um atraso médio de 30 minutos a 1 hora. Acontece que vivemos em um mundo que se acelera a cada dia, aumentando a produtividade das pessoas e, conseqüentemente, o valor das horas trabalhadas.

Um evento ou reunião que "rouba" uma hora de cada participante pode custar um bom dinheiro para a organização, além de gerar desconforto e criar uma imagem de descaso com as pessoas que participam do evento.

Tomemos como exemplo uma empresa de consultoria que cobra R$ 300,00 por hora trabalhada de seus consultores. Se esses consultores participarem de 4 reuniões diárias e cada uma delas apresentar um atraso médio de 1/2 hora, ao final do dia teremos uma perda de 2 horas de trabalho de cada consultor. Em 22 dias úteis de trabalho por mês, acumulamos 44 horas perdidas por consultor, totalizando uma perda de receita de R$ 13.200,00 ou aumento equivalente no custo mensal desse profissional.

Durante minha vida como executivo, tive a oportunidade de trabalhar em empresas multinacionais por mais de 10 anos e presenciei várias vezes o incômodo que geramos a nossos colegas de outros países cada vez que não cumprimos com os horários definidos. Tenho que confessar, inclusive, que fui causador desse incômodo várias vezes e não me orgulho nada de tê-lo feito.

Não pense que os estrangeiros são chatos e não entendem as dificuldades de trânsito ou o excesso de trabalho que temos no dia a dia. Ao contrário, leve em consideração que eles, assim como nós, também sofrem com o trânsito e com o excesso de trabalho e é justamente por isso que valorizam mais o seu tempo disponível.

Na próxima vez que você tiver um compromisso, procure se antecipar um pouco e evite chegar atrasado. Você será mais bem visto pelos colegas e estará ajudando a melhorar a produtividade e a imagem de sua empresa e de nosso País.

Envie seu comentário ou sugestão. Ele é muito importante para melhorar o conteúdo desse site.

PP

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Tecnologia e Mudança


Olá,

Observar a revolução tecnológica dos últimos anos ajuda a entender o processo de mudança acelerada que vivemos e a aceitar que não adianta reagir a essa realidade.
A foto ao lado mostra um disco rígido lançado em 1956 pela IBM. Era um grande armário com 1 tonelada, capaz de armazenar a impressionante marca de 5 Mbytes de informação.

Atualmente um notebook pode ser configurado com um disco rígido com capacidade em torno de 180 Gbytes, pesando algo em torno de 200g.

Se fizermos a relação entre os dois, concluímos que a capacidade de armazenamento por quilograma aumentou em 185 Milhões de vezes em 50 anos, o que impressiona mesmo quem convive com a tecnologia no seu dia a dia.

Na próxima vez que você achar que uma mudança é drástica demais para ser absorvida, ou que uma idéia inovadora e meio desengonçada nunca vai dar em nada, pense nesse exemplo e imagine como se sentem hoje as pessoas que não acreditavam na massificação da informática.
Faça seu comentário ou sugestão. Eles são fundamentais para aprimorar o conteúdo desse blog.
PP






Líderes Tiranos - Matéria sobre o tema

Olá,

Recentemente escrevi sobre os líderes tiranos e seus efeitos sobre as pessoas. Navegando pela internet encontrei essa matéria da Época que vale a pena ler.

Matéria ==> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG75027-6012-430,00.html

Como vocês poderão ler na matéria, os líderes tiranos podem ser muito mais aterrorizadores do que se imagina.

PP

Comunicação nas Empresas

Olá,

A boa qualidade de comunicação em uma organização é crucial para que as coisas funcionem adequadamente. No entanto, é mais fácil encontrar exemplos de má comunicação do que o contrário na maioria delas.

A seguir vou falar sobre algumas das origens dos problemas de comunicação nas empresas para que você possa identificá-las e, se possível, atuar sobre as mesmas.

O medo do castigo => Se os funcionários tem medo de serem repreendidos por dizerem algo errado no momento errado, eles simplesmente preferem se calar. Esse fenômeno não se restringe ao pessoal mais simples e em algumas organizações é comum encontrar gerentes e até mesmo diretores com medo de dizerem o que pensam. Se você está criando medo na sua organização, não espere que haja boa comunicação.

O medo de magoar => Muitas vezes nos deixamos levar pelo medo de magoar os outros e perdemos a oportunidade de atuar em problemas sérios. É o caso daquela peça publicitária que está horrível mas que foi apresentada por nosso melhor amigo. Ou daquele projeto que está atrasado mas é responsabilidade da pessoa mais sensível do departamento.

É claro que não devemos magoar as pessoas, mas lembre-se que deixar alguém cometer erros sem alertá-lo sobre os mesmos pode gerar conseqüências piores para esse indivíduo, inclusive a perda de seu emprego.

As disputas políticas => As empresas são ambientes políticos por natureza, e assim como na política social, a comunicação é fortemente afetada pelos interesses pessoais de cada indivíduo. É preciso ter muita disciplina e aplicar fortemente os valores para que se evite distorções na comunicação com objetivos puramente pessoais. Preste atenção em seus próprios pensamentos e verifique se seus objetivos estão alinhados com a agenda da organização ou somente com a sua. Se for o segundo caso, pense em rever sua posição.

A avaliação de óbvio => Tenho uma grande amiga que repete incessantemente que as pessoas não possuem letreiro na testa informando o que querem ou sentem. O que pode parecer óbvio para um indivíduo pode simplesmente não estar sendo considerado como uma possibilidade para outro. Falar sobre o óbvio é tão importante quando falar sobre as coisas mais elaboradas e pode reduzir em muito os problemas de comunicação.

A falta de audição => Falar para quem não quer ouvir é desanimador e, infelizmente, uma tarefa comum na maioria das organizações. Apesar de termos recebido dois ouvidos e uma boca, insistimos em utilizar mais a segunda. O resultado é que ouvimos muito menos do que deveríamos, gerando grandes problemas de comunicação. Procure ser mais atento ao que as outras pessoas dizem. Ouça de verdade, prestando atenção, e acolhendo o que é dito. Você vai ver como a comunicação irá melhorar.

Existem vários outros fatores que prejudicam a comunicação entre as pessoas. Mas como é melhor "ouvir" do que "falar", gostaria de ouvir um pouco sobre o que vocês pensam sobre esse assunto. Por favor, enviem seus comentários e me ajudem a melhorar o conteúdo desse blog.

PP

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Iphone no Brasil

Olá,

A maioria dos executivos gosta de estar atualizado tecnologicamente e uma das novidades mais cobiçadas do momento é o misto de telefone e computador da Apple, o Iphone.

Como existe muita dúvida sobre a possibilidade ou não de utilizá-los no Brasil, estou escrevendo essa mensagem para dividir com vocês minha própria experiência.

Recentemente comprei um Iphone nos EUA e estou utilizando-o na rede Claro perfeitamente. O processo de desbloqueio foi relativamente fácil e o único inconveniente até o momento é ter que esperar algumas semanas antes de atualizar o firmware do aparelhinho cada vez que a Apple libera uma nova versão.

Apesar de estar utilizando a rede da Claro, conheço outras pessoas que estão utilizando a rede da TIM sem problemas. Ainda não tenho nenhum testemunho sobre a rede da Vivo, mas entendo que não deve haver problemas.

Se você quiser saber mais sobre o processo de desbloqueio do Iphone, recomendo os seguintes sites:

http://www.iphonesimfree.com/

http://www.hacktehiphone.com/

No mais só tenho elogios ao produto. É realmente o estado da arte em tecnologia e sua interface com usuário é fantástica. Se você gosta de tecnologia, possui alguma habilidade com software, e tem como comprar esse brinquedinho, vá em frente. Você não vai se arrepender.

PP

Mudanças

Olá,

Falar sobre mudanças na vida atual parece chover no molhado já que presenciamos grandes e pequenas mudanças todos os dias. No entanto, minha experiência mostra que a maioria de nós reage de forma inesperada quando as mudanças nos afetam diretamente e, por isso, resolvi escrever um pouco sobre o tema.

É importante entender que a mudança é inerente a percepção que temos do mundo e da vida. Só é possível notar movimentos por que algo mudou de lugar, de cor, de cheiro, de intensidade. Se nada mudasse, nada existiria.

Mas por que alguma coisa que faz parte de nossas vidas pode ser tão rejeitada em determinadas situações?

A verdade é que todos nós criamos um mundo ideal em nossas mentes e, inconscientemente, trabalhamos para que esse mundo seja a verdade. Nada há de errado neste processo. Ele nos ajuda a manter o rumo e a guiar nossas ações, sendo uma das habilidades mais importantes para o progresso humano. O problema ocorre quando nosso mundo ideal se cristaliza de tal maneira em nossas mentes que impede que aceitemos os desvios que se apresentam durante o caminho.

Quando isso acontece, a expectativa pela situação idealizada se torna tão forte que temos dificuldade em aceitar os fatos e reagimos a qualquer coisa que se afaste do mundo ideal que criamos.

Até determinado nível é totalmente normal reagir a mudanças. Não somos folhas de árvores deixadas ao vento. Somos seres humanos dotados de livre arbítrio e capazes de gerar nossas próprias mudanças. Por esse motivo, se os acontecimentos nos afastam de nosso mundo ideal é saudável reagir e tentar ajustar o caminho dos fatos. Não há nada de errado nisso.

Ocorre que algumas mudanças estão fora de nosso controle, e é aí que mora o perigo. Muitas vezes somos incapazes de reconhecer que não temos força para mudar algumas coisas e nos colocamos em posição de uma missão impossível. Outras vezes, a mudança inevitável nos traz tanto desconforto que preferimos negá-la, criando uma ilusão em torno do fato.

Saber reconhecer as mudanças sobre as quais temos controle e aquelas sobre as quais nada podemos fazer é parte da sabedoria necessária para se ter uma vida mais equilibrada e feliz. É preciso olhar a mudança com um pouco mais de distância; refletir sobre suas causas e suas conseqüências; entender no que somos afetados e quais são as ameaças e oportunidades que surgem com a mudança; e finalmente, o que podemos e o que não podemos fazer no novo cenário.

PP

domingo, 2 de dezembro de 2007

Gerentes Gregários

Olá,

Assim como muitos novos gerentes são promovidos por sua competência técnica, outros são pelo seu bom relacionamento com os colegas e superiores. Nada há de errado em valorizar o bom relacionamento de um profissional com as outras pessoas, mas se essa for a maior prioridade desse indivíduo, problemas podem surgir.

O gerente que prioriza o relacionamento em detrimento da busca pelos objetivos é chamado de gerente gregário. Para ele o mais importante é manter um ambiente cordial e amistoso, seja qual for o tamanho da crise.

Como gerentes não podemos esquecer que nosso maior objetivo é produzir resultado para a organização. É claro que as pessoas são importantes e devem ser respeitadas e valorizadas, mas não se pode confundir bom relacionamento profissional com protecionismo, favorecimento ou complacência, todos em nome do bom relacionamento.

Um bom gerente deve ser respeitoso e comprometido com os membros de seu time mas também precisa ser firme e objetivo, deixando claro que sua prioridade é fazer com que o time busque os resultados necessários. Os membros do time que colaborarem e estiverem alinhados com os objetivos comuns receberão o reconhecimento de todos, aqueles que não se adequarem serão orientados, advertidos e, eventualmente, retirados do time.

Se para você é difícil dizer não aos caprichos de seus funcionários, e isso está impactando os resultados de seu departamento ou divisão, é hora de repensar seu comportamento. Você pode estar ultrapassando a fronteira do respeito e caminhando em direção ao gerenciamento gregário. É hora de parar e refletir sobre seu objetivo maior para organização: produzir resultados.

Deixe seu comentário e me ajude a melhorar esse blog.

PP

Gerentes Heróicos

Olá,

Uma boa parte dos novos gerentes são promovidos por sua competência técnica, o que em si não é um problema. Ocorre que a maioria deles não sabe como delegar ou como fazer com que sua equipe produza sem que ele tenha que se envolver em todos os detalhes. Isso sim terá conseqüências dramáticas.

Enquanto as coisas estão sob controle, e o gerente consegue suportar o volume de trabalho, o ambiente fica mais ou menos tranqüilo. Os novos gerentes passam a trabalhar mais, bem mais; a equipe fica meio adormecida, mas vai tocando a vida; e a empresa acha que resolveu seus problemas de gestão da área.

O problema surge quando a complexidade se avoluma ou quando uma crise séria acontece. O gerente, em processo de estresse crescente, trabalha mais do que é capaz de suportar. Nas situações em que lhe falta conhecimento específico para decidir, a falta e confiança em seu time o faz preferir correr o risco de decidir sozinho ou, o que é pior, adiar decisões. Ao mesmo tempo, critica duramente sua equipe por não ser capaz de entregar resultados e se justifica perante a organização declarando a incompetência do time. A equipe, por sua vez, reclama da morosidade imposta pelo novo chefe e pela falta de liberdade. Ela simplesmente se exime da responsabilidade, colocando no chefe a culpa de todos os problemas.

As origens do problema? Não confiar na competência técnica da equipe e querer estar presente em cada decisão do grupo. O nome desse gerente, Gerente Heróico.

Se você tem uma tendência a achar que seu time não está preparado para tomar decisões ou para assumir responsabilidades, pare e pense um pouco. Pode ser que o mal esteja mais em você do que no time e que o real problema seja sua incapacidade em acreditar que os outros também podem ser competentes.

Mesmo que seu time seja menos preparado do que você para determinadas tarefas, avalie a balança de custo benefício. A não ser que se trate de uma decisão de extrema importância, daquelas que podem afetar profundamente a organização, deixe que o time treine suas próprias habilidades.

Aja como um pai cauteloso, que ensina seu filho a caminhar. Fique próximo; esteja pronto para ajudá-los em caso de quedas; mas mantenha-os caminhando e assumindo seus próprios destinos.

Lembre-se que é melhor um gerente mediano mantido do que um heróico demitido.

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PP